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Causas da explosão de bueiro no Rio de Janeiro ainda são desconhecidas

Menos de uma semana após o desabamento de três edifícios no Centro da cidade, um bueiro explode na zona portuária, matando um homem. Uma irregularidade, a presença de óleo na galeria de águas pluviais, pode ter motivado o acidente

postado em 31/01/2012 07:38
Armazém no Cais do Porto em que houve a explosão: a Triunfo Logística, empresa que arrendou o local, nega a existência de óleo
Menos de uma semana após o desmoronamento de três edifícios no Centro do Rio de Janeiro, um bueiro de águas pluviais explodiu no Cais do Porto, na Zona Portuária da cidade. O acidente aconteceu, na manhã de ontem, no armazém 30, na área de operação da empresa Triunfo Logística. O funcionário Rafael Martins de Souza, 29 anos, morreu no local. Apesar de esse tipo de acidente ser recorrente no Rio, essa foi a primeira morte registrada no estado por esse motivo. Os funcionários Paulo Bento Pereira, 52 anos, e Carlos Ribeiro, 53, foram socorridos e, em seguida, transferidos para um hospital particular pago pela Triunfo.

Por enquanto, as causas da explosão são desconhecidas. De acordo com o gerente de terminal da empresa Triunfo Logística, Lafayette Pereira, ainda não é possível informar as causas do acidente. Mas o presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Mello, afirmou que havia óleo dentro da galeria de águas pluviais que explodiu. Segundo ele, durante o trabalho de solda, que era realizado no local, uma fagulha pode ter provocado o acidente. ;Tem muito óleo dentro da galeria. Com certeza, o trabalho com a solda gerou fagulha suficiente para ocorrer a explosão. O fato é que, dentro da galeria, não deveria ter óleo;, afirmou. A administração do porto carioca é de responsabilidade da Companhia Docas do Rio de Janeiro, mas as áreas no local são arrendadas por empresas, que se tornam responsáveis pela manutenção.

O presidente da Companhia Docas relatou ainda que, na noite do último domingo, a Triunfo realizou uma operação de transporte de derivados de petróleo para o bairro de Manguinhos, o que poderia ter contribuído para a presença de óleo no local. ;Apesar da tubulação de Manguinhos não passar nessa região e a operação ter sido encerrada, essa hipótese não está descartada. Pode ser que a tubulação tenha rompido e o óleo tenha vindo pela galeria até chegar à galeria pluvial;, disse.

Segundo o gerente de terminal da Triunfo Logística, não havia material inflamável no local. A empresa, no entanto, foi notificada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que apura o caso com a Polícia Civil, para explicar a presença da substância em local não autorizado. A Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG) informou, em nota, que chegou a ser acionada para ir ao local do acidente, mas foi liberada pelo Corpo de Bombeiros porque, segundo eles, o acidente não estava relacionado ao gás natural. Em nota, a Petrobras informou que ;o acidente no porto não tem qualquer relação com serviços prestados para a estatal.

Lei polêmica
Para evitar problemas após as sucessivas explosões em galerias subterrâneas da cidade, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) sancionou recentemente a Lei n.; 5.349, que proíbe estacionar em vagas delimitadas sobre bueiros no Rio, além da utilização de espaços em calçadas onde existam tampas de concessionárias que prestam serviços como luz, gás, esgoto, água e TV a cabo. De acordo com levantamento da prefeitura do Rio, existem 289 bueiros com alto risco de explosão nas ruas da cidade. A nova regra prevê advertência aos estabelecimentos que descumprirem a lei e, em caso de reincidência, multa de R$ 500 acrescida de penalidade diária de R$ 100. Os locais que já funcionam ocupando esses espaços terão um prazo para se adequar.

Nos últimos meses, o Rio de Janeiro tem sido alvo de uma série de críticas na imprensa internacional por conta de episódios como o desmoronamento de três prédios no Centro da Cidade, a explosão do restaurante Filé Carioca, o acidente com um dos bondes de Santa Tereza, além de explosões em bueiros. Na semana passada, após a tragédia envolvendo três edifícios, o jornal americano The New Street Journal e o inglês Financial Times questionaram a capacidade da cidade em organizar e sediar grandes eventos, como a Copa do Mundo em 2014, e os Jogos Olímpicos em 2016, sobretudo no que diz respeito à infraestrutura.

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