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Defensoria tenta adiar reintegração de posse de terreno em Carapicuíba

postado em 01/02/2012 19:06
A Defensoria Pública do estado de São Paulo entrou com um pedido na 2; Vara Cível de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, para tentar prorrogar em 90 dias o prazo para reintegração de posse do terreno onde está a Favela do Savoy. A reintegração de posse já foi determinada pela Justiça e está marcada para o dia 6 de março. O terreno é da Savoy Imobiliária Construtora, que luta desde 2005 para reaver a área de 66 mil metros quadrados, onde vivem cerca de 700 famílias (aproximadamente 3,5 mil pessoas).

De acordo com a defensora pública Carolina Dalla Valle Bedicks, a preocupação é com as pessoas que não tem para onde ir, já que Carapicuíba não tem abrigos públicos e os dois únicos ginásios da cidade não têm condições de segurança e higiene para receber os moradores. ;Pedimos essa prorrogação para que o Poder Público possa providenciar um lugar para as pessoas irem;.

Segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), João de Albuquerque, o Jota, os moradores estão apreensivos porque convivem com a possibilidade de despejo há muito tempo. ;Existem compromissos por parte do governo municipal de tentar adiar o despejo, mas, até agora, as pessoas não têm motivo para comemorar, ainda há um clima de tensão;.

Para o líder do movimento, apesar de a prefeitura ter meios para solucionar o problema, os governos estadual e federal também devem atuar.

Ele assegurou que os moradores estão dispostos a resistir, caso a decisão judicial de retomar do terreno seja mantida. ;Nós tememos que haja violência, mas é difícil [evitá-la] em um dia de despejo, quando não se tem controle nem de um lado nem de outro;.

Mas a opção pelo confronto não é compartilhada pelos moradores da favela. A dona de casa Ana Alice Pereira vive na Savoy há oito anos e está preocupada com o futuro. ;Eu vim para cá na esperança de conseguir um terreno e não tenho condições de pagar aluguel. Eu tenho muita fé no prefeito que disse que não vai desamparar os moradores;. Mesmo assim, Ana Alice disse que, se for necessário sair, ela sairá.

O garçom Paulo Waldir da Silva está na Savoy há cinco anos. Ele disse que comprou um terreno barato na favela e que ão tem outro lugar para morar. ;O povo está bem preocupado com esse despejo. Eu vou ficar aqui até o fim. Eu tenho certeza de que a maioria das pessoas não tem para onde ir. Eles tiram a gente daqui e vão amontoar em algum lugar qualquer. Nós não queremos isso. Sabemos que o governo pode ajudar;.

O prefeito de Carapicuíba, Sérgio Ribeiro, acredita que a solução para a invasão está próxima, já que, há três anos, tem dialogado com os governos estadual e federal. ;Ali é uma área de interesse social já aprovada no plano diretor do município e acreditamos que, com a definição de área de interesse social, o Programa Minha Casa Minha Vida, com a parceria do governo do estado complementando os recursos, teremos condição de construir um conjunto habitacional de 1080 unidades;.

De acordo com avaliação feita por um perito, o valor do terreno chega a R$ 6,5 milhões, dinheiro que o municípío não tem. ;Com os recursos do governo federal e estadual teremos o necessário para construir as habitações. O grande desafio é conseguir os recursos para depositar em juízo para o proprietário do terreno e, assim, ser emitida a posse para a prefeitura;, disse o prefeito.

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