Brasil

Empresário é encontrado morto em motel após assasinato de procuradora

João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 03/02/2012 07:36
O empresário Djalma Brugnara Veloso, 49 anos, suspeito de matar a facadas a sua mulher, a procuradora Ana Alice Moreira Melo, 35, foi encontrado morto no fim da noite dessa quinta-feira no Motel Capri, localizado às margens da BR-356, no Bairro Olhos D;água, Região Oeste de Belo Horizonte. O corpo dele tinha, pelo menos, seis perfurações provocadas por uma faca. Para a polícia, as evidências indicam que ele cometeu suicídio.

Funcionários do estabelecimento informaram que Djalma chegou ao local por volta das 4h50 dessa quinta-feira, sozinho, em um Peugeot branco. A recepcionista Lúcia Maria de Jesus Silva contou que, no início do seu expediente nessa quinta-feira, às 19h, foi alertada por outros funcionários que um hóspede estava na suíte 16 desde a madrugada e não realizou nenhum pedido. Quando a funcionária que havia registrado a entrada do empresário retornou ao trabalho, às 23h dessa quinta-feira, foi informada sobre os fatos. A mulher disse que o homem chegou sozinho de madrugada, se identificou como Djalma, e foi para a suíte.

Como acharam o fato estranho, as duas resolveram ir até o quarto. Na garagem, elas avistaram o Peugeot branco, mas não suspeitaram que poderia ser o empresário, pois não haviam assistido ao noticiário dessa quinta-feira. As duas bateram na porta e não foram atendidas. Foi então que elas pegaram uma chave reserva e abriram a porta. ;A cena era horrível;, lembra a recepcionista.

O corpo do empresário foi encontrado sobre a cama, de barriga para cima, completamente ensanguentado. Perto do braço esquerdo dele havia uma faca. Segundo a PM, o empresário teria consumido três latas de cerveja desde a sua hospedagem. No chão e na pia do banheiro da suíte também havia muito sangue.

De acordo com o tenente Ronaldo Onório, da 126; Companhia do 5; Batalhão da Polícia Militar, a faca encontrada no quarto tem aproximadamente 40 centímetros de lâmina e cabo de plástico. A polícia acredita que seja o mesmo objeto usado no assassinato da procuradora. No quarto havia ainda a mochila do empresário, contendo objetos pessoais e roupas de ginástica. Já no carro foi encontrada a Carteira Nacional de Habilitação dele.

A perícia constatou que havia seis perfurações no corpo, sendo uma profunda no peito, na altura do coração, uma em cada lado do pescoço, na altura do queixo, uma na palma da mão esquerda e outra do lado interno de cada coxa.

A polícia ainda vai investigar se o caso é de homicídio ou suicídio. A segunda hipótese, no entanto, é apontada pela própria polícia como a mais plausível, dadas as circunstâncias em que o cadáver foi encontrado e o fato de o quarto estar todo trancado.

Morte em Nova Lima

Na noite de quarta-feira, o empresário Djalma Brugnara chegou à mansão no Residencial Villa Alpina, por volta de 20h30, e deixou o local às 4h desta quinta. Na madrugada, houve uma discussão entre o casal. Durante a a briga, a babá que cuida dos dois filhos deles, de 3 e 7 anos, levou as crianças para o banheiro. A empregada relatou à PM que escutou muita gritaria. Pouco tempo depois, a funcionária deixou o banheiro e encontrou Ana Alice morta, com várias perfurações de faca no corpo.

O empresário fugiu em um Peugeot branco e, até o fim da tarde desta quinta-feira, não havia sido encontrado.

Medidas protetivas

A procuradora Ana Alice Moreira denunciou as ameaças feitas pelo ex-marido no último dia 24, na delegacia de Nova Lima. A delegada Renata Fagundes disse que encaminhou a denúncia à Justiça, mas a medida que protegeria a mulher não foi emitida antes do assassinato.
O advogado da procuradora chegou a pedir para o juiz titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, julgar a medida com urgência. O magistrado informou que iria tentar atender o pedido, mas que tinha que seguir com outros sete processos.

Às 18h30, o juiz deferiu a medida protetiva e tentou encaminhar para a defesa de Ana Alice. No entanto, o advogado já não se encontrava no local. O pedido teria de ser protocolado e depois seria encaminhado ao Ministério Público, que iria intimar o empresário para apresentar as determinações judiciais que ele deveria seguir.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação