Brasil

Exército mantém cerco à Assembleia Legislativa, onde PMs grevistas estão

postado em 06/02/2012 21:22

A Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada desde terça-feira (31) por policiais militares (PMs) grevistas, está cercada por homens do Exército, da Força Nacional e PMs de batalhões que não aderiram ao movimento. Caminhões das Forças Armadas bloqueiam as vias em torno do prédio da Casa Legislativa.

Até agora, ninguém sabe o número exato de grevistas no interior do prédio. Mas existem informações sobre a presença de parentes entre os amotinados, inclusive mulheres e crianças. De acordo com representantes de entidades de defesa de crianças e adolescentes, cerca de 150 crianças estão juntas com os parentes. Esta tarde, a juíza Mônica Barroso emitiu decisão judicial ordenando a retirada das crianças do interior da Assembleia Legislativa. Mas a ordem ainda não foi cumprida.

Em frente ao prédio, centenas de pessoas estão acampadas. E a informação que o local seria invadido pelos homens do Exército fez aumentar a tensão no local. No entanto, a invasão foi negada pelo chefe da da Comunicação, tenente-coronel Márcio Cunha. ;Não haverá invasão. O nosso objetivo já foi cumprido, que é isolar o prédio para que ocorra a negociação. Enquanto isso, há uma equipe da Secretaria de Segurança Pública lá dentro, conversando [com os grevistas];.

Hoje (6), ocorreram dois tumultos em frente à Assembleia, quando os parentes dos amotinados reagiram à colocação de tapumes em torno do prédio. Isso fez com que os militares não prosseguissem com o isolamento do local. Houve também o disparo acidental de uma bomba de gás lacrimogênio, segundo o Exército.

[SAIBAMAIS]Em várias regiões de Salvador, a greve dos PMs e a presença de tropas das Forças Armadas e da Guarda Nacional mudaram a rotina dos moradores e comerciantes. Na comunidade de Pau Lima, na periferia da cidade, uma moradora, que não quis se identificar por questões de segurança, disse que muita gente do local prefere ficar em casa até que a situação se normalize.

No bairro da Pituba, na região praiana, grande parte do comércio manteve as portas fechadas e as lojas que abriram só funcionaram até as 16 horas, permitindo que os empregados saíssem mais cedo. Os comerciantes também temem que seus estabelecimentos sejam saqueados.

Também hoje, a Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, foi bloqueada por ônibus atravessados na pista por desconhecidos que renderam os motoristas, obrigando-os a abandonarem os veículos no local. A ação tumultuou o trânsito na capital baiana. Esses bloqueios têm ocorridos em outras vias de Salvador e duram em média uma hora.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação