Brasil

ONG cobra "política estruturante" para melhorar acesso à educação no Brasil

postado em 07/02/2012 16:53
São Paulo - Apesar de o Brasil ter obtido melhores resultados no acesso à educação, com a inclusão de mais 9,2% de crianças e jovens com idade entre 4 a 17 anos nos cursos do ensino fundamental e médio na década de 2000 a 2010, ainda é grande a parcela dos excluídos: 3,8 milhões de pessoas nessa faixa etária.

;São aqueles que estão no campo, em favelas, em bairros muito pobres ou evadidos;, afirmou hoje (7) Priscila Cruz, diretora executiva do movimento Todos Pela Educação, durante o anúncio do resultado do quarto relatório de monitoramento das cinco metas propostas pela organização não governamental para serem cumpridas até 2022.

Ela alertou para o risco de as cinco metas não serem atingidas. A primeira delas é chegar a 98% dos alunos matriculados, em 2022. ;A gente tem um risco muito grande de essas metas não serem atingidas caso não haja uma política estruturante [para o setor] muito forte em nível nacional e, principalmente, nos estados e municípios, que são os responsáveis pela educação básica;, advertiu Priscila.

Na avaliação dela, no tocante à segunda meta ; obter índice pleno de alfabetização das crianças com até 8 anos ; o resultado ;está aquém do esperado;. No ano passado, apenas metade das crianças tinha conseguido o aprendizado mínimo em língua portuguesa e 40%, em matemática. Priscila afirmou que a deficiência acaba desaguando no ensino médio, onde apenas metade dos alunos que entram consegue concluir a etapa. Desse total, só 11% atingem o nível adequado de conhecimentos em matemática.

Para reduzir o atraso na aprendizagem dos alunos, é necessário ;melhorar a qualidade do ensino e ter políticas de recuperação;, defende Tufi Machado Soares, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para ele, fazer o aluno repetir um ano escolar deve ser uma prática adotada em último caso. Ele defende ainda a padronização dos critérios de reprovação na rede.

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