postado em 08/02/2012 07:30
Posse (GO) ; Ademilson Francisco dos Santos, de 40 anos, é duplamente ignorado pelo Estado brasileiro. Portador do mal de Chagas, deveria ter amparo dos programas que são vitrines para a presidente Dilma Rousseff: o Plano Brasil sem Miséria e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No papel, os burocratas do governo incluíram os doentes de Chagas no rol de beneficiados das ações de combate à pobreza extrema e de melhoria da infraestrutura no país. Na prática, Brasil sem Miséria e PAC não conseguem melhorar a vida desses brasileiros.Em maio de 2011, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez chegar ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) um documento com recomendações para o Plano Brasil sem Miséria incluir ações de controle das doenças da pobreza. Nas 15 páginas da nota técnica, à qual o Correio teve acesso, o maior detalhamento se refere à doença de Chagas, em razão dos 3 milhões de doentes crônicos no país e das falhas no controle dos vetores. Até agora, nada foi feito no âmbito do plano, como o jornal constatou em campo e com técnicos da Fiocruz.
Em outra frente, o PAC liberou dinheiro ao Programa de Melhoria Habitacional para o Controle da Doença de Chagas entre 2007 e 2010. A iniciativa foi excluída do rol de ações de infraestrutura em 2011 e, até agora, continua suspensa. Um documento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) elaborado para justificar a retomada dos recursos, obtido pelo Correio, cita a existência de 60,1 mil famílias em áreas de risco para a doença ; com possível infestação de barbeiros ; que ainda precisam ser contempladas com o programa. Para reformar ou substituir por completo as casas dessas famílias, são necessários R$ 811,5 milhões. Não há qualquer previsão de liberação do dinheiro.
A matéria completa você lê na edição impressa desta quarta-feira (8/2) do Correio Braziliense.
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