postado em 08/02/2012 07:00
A crise em torno da greve dos policiais militares baianos atraiu ontem os olhares não apenas do governo federal, mas de outros estados, em compasso de alerta máximo pela ameaça de o movimento se ampliar para outras partes do país. Sob pressão interna e externa, o governador Jaques Wagner chegou a antecipar o fim da greve, mas as negociações, que somaram sete horas, não avançaram. Como resultado, os governistas no Congresso Nacional esticaram a corda contra os grevistas e afastaram qualquer hipótese de o piso salarial da categoria ser sequer discutido, enquanto o movimento permanecer amotinado na Assembleia Legislativa da Bahia. No estado, chegou a 115 o número de assassinatos desde o início da crise, há oito dias.
O impasse nas negociações diz respeito ao pagamento de gratificação aos grevistas, que Wagner só aceita de forma escalonada até 2015, mas os grevistas querem de imediato. O Palácio de Ondina também admitiu rever a prisão de líderes do movimento ; ontem foi preso o sargento Elias Alves de Santana. Se na mesa de negociações e no Congresso a situação permanece tensa, do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia, os conflitos de segunda-feira com o Exército não se repetiram ; os policiais chegaram a comemorar o aniversário do general Gonçalves Dias, comandante das tropas federais. A única manifestação ostensiva do dia foi o grito em coro de ;Ô ô ô o carnaval acabou;, entoado depois que as negociações sobre o aumento permaneceram sob impasse.
Mesmo com o clima entre grevistas e Exército menos tenso, o governador voltou a condenar o vandalismo dentro do movimento. ;O que cria transtorno é esse medo e a violência de alguns que somem em moto, atiram para cima, andam encapuzados. Moradores de rua foram mortos, não tenho como acusar e dizer que foi este ou aquele, mas é obvio que isso faz parte inclusive de uma tática;, disse Wagner, pela manhã, em uma entrevista à TV Globo.
Leia a reportagem completa na edição desta quarta-feira (8/2) do Correio Braziliense.
Colaborou Paula Filizola