postado em 09/02/2012 07:25
Os pesquisadores norte-americanos Sarah Williams-Blangero e John L. Vandeberg repassam um recado claro aos doentes de Chagas de Posse (GO), na divisa com a Bahia, durante os dois encontros anuais da dupla estrangeira com os moradores. Depois de coletarem as amostras de sangue e fazerem o eletrocardiograma de cada um deles, os ;gringos;, como são chamados em Posse, avisam que a pesquisa não irá beneficiar esta geração de doentes.
Os resultados serão futuros. Poderão ser úteis para os filhos das pessoas que hoje colaboram com o estudo genético de Sarah e John. ;Nós explicamos a eles que os resultados do estudo provavelmente não beneficiarão as pessoas que participam do projeto. Esperamos que os resultados beneficiem as gerações futuras;, diz Sarah em entrevista por e-mail ao Correio.
Os testes feitos pela dupla de ;gringos;, que conduz um mapeamento genético para descobrir por que apenas determinadas pessoas desenvolvem a doença de Chagas, englobam 2 mil moradores da zona rural de Posse. São os pesquisadores que fornecem os diagnósticos do mal de Chagas à população local, que permanece sem assistência médica e sem perspectiva de tratamento, um abandono comum no país, como o Correio mostrou em série de reportagens desde domingo. Os moradores de Posse continuarão sem respostas para a evolução da doença.
[SAIBAMAIS]As pesquisas em curso ainda não desvenderam alguns dos principais mistérios envolvendo o mal de Chagas. Um deles é o que Sarah e John tentam responder com base no material genético de brasileiros desassistidos: por que somente algumas pessoas picadas por barbeiros e infectadas pelo protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença, desenvolvem cardiopatias e inchaços no esôfago e no intestino?
Confira reportagem completa na edição desta quinta-feira (9/2) do Correio Braziliense