postado em 12/02/2012 08:00
; Maria Clara Prates ; Leonardo Augusto - Enviados especiais
Ibiá (MG) e Uberlândia (MG) ; Passados pouco mais de 10 anos desde a implementação dos primeiros assentamentos de trabalhadores rurais nas regiões do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro, o que se vê em 8,5 mil hectares que deveriam beneficiar 252 famílias é o retrato de um modelo falido de reforma agrária. Na imensidão dessas áreas de terras férteis, pouco ou quase nada é produzido. Muitos dos sítios destinados aos sem-terra no município de Ibiá ; alguns deles com mais de 30 hectares e com água em abundância ; foram vendidos pelos assentados e hoje se transformaram em ranchos de pesca ou para descanso nos fins de semana. Outros foram simplesmente abandonados.
Uma situação que se repete em Uberlândia, onde o primeiro assentamento do Triângulo Mineiro, o Zumbi dos Palmares, guarda um cenário que destoa do objetivo que se tenta alcançar com uma reforma agrária: em vez de cultivo e trabalho com a criação, um típico sítio de lazer, com ampla casa e campo de futebol. Apenas sete dos 22 trabalhadores rurais sem terra que receberam do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) o Contrato de Cessão de Uso (CCU) permanecem no assentamento.
A negociata frenética dos lotes ocorre desde a criação dos assentamentos, no fim da década de 1990. Há muitos casos de áreas que já estão em seu terceiro ou quarto ;dono;. Para acabar com a farra, a Procuradoria da República propôs ação civil pública, com pedido de liminar, para a imediata retomada das terras pelo Incra, a paralisação da compra de terras e as desapropriações até que o problema seja resolvido.
A matéria completa você lê na edição impressa deste domingo (12/2) do Correio Braziliense.