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Amiga da jovem morta pelo ex-namorado, conta ao júri o drama do sequestro

O primeiro dia do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, em 18 de outubro de 2008, quando ela tinha 15 anos, trouxe à tona revelações sobre o momento do crime e a personalidade agressiva, porém volúvel, do acusado ; que demonstrava reações de nervosismo alternadas com tranquilidade durante os cinco dias de sequestro no qual Eloá foi mantida refém no apartamento da família, no Jardim Santo André (SP).

As revelações foram feitas, especialmente, pela testemunha de acusação Nayara Rodrigues, 18 anos, amiga de Eloá e uma das vítimas do réu. Nayara estava no apartamento da amiga no momento da invasão do ex-namorado e vivenciou as cenas da tragédia. Em depoimento no Tribunal do Júri da Comarca de Santo André (SP), a testemunha afirmou que os disparos de Lindemberg foram efetuados antes de os policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) entrarem no apartamento. O acusado disparou pelo menos três tiros ; dois atingiram Eloá, na cabeça e na virilha, e outro acertou o nariz de Nayara.

O relato sobre o momento dos disparos é fundamental para a formação da opinião dos sete jurados ; seis homens e uma mulher. Isso porque uma das estratégias da defesa de Lindemberg é corresponsabilizar fatores externos pelo desfecho do sequestro, entre eles, a atuação policial e o papel da imprensa. A defesa apresentou material audiovisual, como reportagens de televisão, que sugerem que o réu só teria atirado devido à iniciativa dos policiais. A acusação, por outro lado, também utilizou reportagens que mostravam a incursão dos policiais para reforçar que os tiros disparados por Lindemberg foram efetuados antes do ingresso da PM no local do crime, e que foram os tiros do réu que atingiram Eloá, provocando sua morte. A advogada Ana Lúcia Assad, que representa Lindemberg, apresentou ainda entrevistas criticando a atuação de jornalistas que chegaram a conversar com o acusado enquanto ele mantinha os réus em cativeiro. Já a promotora Daniela Hashimoto exibiu, entre o material, um vídeo retratando o comportamento agressivo do réu.

A matéria completa você lê na edição impressa desta terça-feira (14/2) do Correio Braziliense