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"Quero pedir perdão para a mãe dela em público", diz Lindemberg

Estado de Minas
postado em 15/02/2012 16:17
Pela primeira vez, Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, falou sobre o sequestro e assassinato de sua ex-namorada. Em depoimento, nesta quarta-feira, no Fórum de Santo André, em São Paulo, o réu fez suas primeiras declarações sobre o crime.

"Quero pedir perdão para a mãe dela (Eloá) em público, pois eu entendo a sua dor", disse Lindemberg, que afirmou que manteve um relacionamento de dois anos e três meses com Eloá. O rapaz também disse que era muito amigo da família.

O acusado contou que ficou surpreso com a presença dos colegas de Eloá no apartamento da família da jovem. Ele também alegou que sacou o revolver quando a ex-namorada começou a negar ter ficado com um dos colegas que estava no apartamento. "Puxei a arma para Eloá quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor", relatou.

Sobre o tempo em que manteve Eloá como refém, Lindemberg disse que eles escutavam música e conversavam para se distraírem.

Além de Lindemberg, prestou depoimento, nesta manhã, a última testemunha de defesa, o policial Paulo Squiavo. Durante seu depoimento, Paulo disse que Lindemberg chegou a dizer que havia matado a namorada. "Eu matei, eu matei", teria dito o acusado, logo depois que foi preso pela polícia no apartamento onde aconteceu o sequestro.

A expectativa é que a decisão do juri seja divulgada ainda hoje.

O segundo dia de julgamento, nessa terça-feira, foi marcado por confusões. Durante a manhã, a advogada de defesa Ana Lúcia Assad, dispensou o depoimento da mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, e do irmão mais novo da vítima, mas o Ministério Público decidiu manter o irmão como testemunha.

Durante a tarde a advogada de Lindemberg discutiu com a juíza. O bate-boca aconteceu quando Ana Lúcia questionou a perita Dairse Aparecida Pereira Lopes sobre um dado técnico, que foi descartado pela juíza Milena Dias. Em seguida Ana Lúcia evocou o "princípio da verdade real", que a juíza afirmou desconhecer. "Então a senhora devia ler mais. Voltar a estudar", respondeu a advogada, que foi repreendida pela promotora do caso, Daniela Hashimoto.Em defesa da juíza, Daniela alertou que a advogada poderia responder por desacato, mas o julgamento prosseguiu normalmente.

Nessa terça-feira também foram ouvidos pelo júri os jornalistas Rodrigo Hidalgo e Márcio Campos. Campos disse que Lindemberg pareceu calmo durante o tempo em que mantinha Eloá como refém, o jornalista disse que Eloá mostrava mais nervosismo do que o rapaz.

Os jornalistas foram chamados pela defesa de Lindemberg, que tentou atribuir o desfecho do sequestro à forma com que a mídia realizou a cobertura do caso. A advogada teve algumas de suas perguntas negadas pela juíza, que considerou "achismo" os questionamentos referentes ao papel da mídia durante o sequestro.

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