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Brasileiros diminuem participação em atividades culturais em 2011

postado em 15/02/2012 20:02
Pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) com mil pessoas em 70 cidades do país, incluindo nove regiões metropolitanas, aponta que houve uma redução das atividades culturais dos cidadãos brasileiros, no ano passado, em comparação a 2010.

Isso significa que, em relação a 2010, uma proporção menor de brasileiros participou de alguma atividade cultural, como ler livro, assistir a espetáculo de dança ou de teatro, visitar exposição de arte, ir ao cinema ou a um show de música, disse à Agência Brasil o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.

De acordo com o levantamento, em 2011 45% da população estiveram envolvidos com alguma atividade cultural ante a 53% do ano anterior. Segundo Travassos, a forte desaceleração da economia, que passou de um crescimento de 7,5%, em 2010, para cerca de 3% a 3,5%, no ano passado, contribuiu para a diminuição.

Entre 2010 e 2011, o hábito da leitura entre os brasileiros caiu de 34% para 28%, a ida ao cinema ou a shows musicais mostrou retração de 28% para 24% e de 27% para 24%, respectivamente. De todas as opções sugeridas na pesquisa, apenas a referente a peças ou espetáculos de teatro apresentou crescimento, passando de 7% para 9%.

O economista da Fecomércio-RJ avaliou que a principal razão para que o brasileiro não frequente intensamente ambientes culturais é a falta de hábito. ;Não é uma questão financeira. Porque, quando você pergunta qual a razão de não ter frequentado um ambiente cultural, a maior parte diz que é a falta de hábito;.

Dentre os 55% que não foram a ambientes culturais no ano passado, 72% disseram preferiram ficar em casa e assistir à televisão, 20% declararam fazer churrasco com parentes ou amigos, 15% têm na igreja o seu meio de lazer, 11% manifestaram preferência pelo futebol e 8% ir a bares.

A cultura hoje em dia, destacou o economista, já está presente como instrumento de transformação social em muitos projetos e políticas de governo, além de ações de responsabilidade social das empresas e de organizações não governamentais. Travassos acredita que essas sementes irão gerar frutos no futuro. ;É um movimento paulatino para os próximos anos;.

Para acelerar esse processo, considerou essencial que ele seja iniciado na escola, no ensino de primeiro e segundo graus. ;Para que a gente forme o consumidor da cultura no futuro;. O economista da Fecomércio-RJ esclareceu que o interesse pela cultura está relacionado ao ambiente cultural onde a pessoa está inserida ou aos hábitos culturais da família. ;E não tanto com a questão econômica;.

Na opinião de Travassos, o hábito de levar uma criança a um museu, ao teatro, a um cinema pode, no futuro, fazer uma grande diferença. ;Faço uma analogia em relação ao meio ambiente. Uma criança que só conhece o meio ambiente degradado, é muito difícil ela entender a necessidade de preservação. Ao passo que, se ela tem contato com um ambiente saudável, preservado, ela vai entender porque é importante preservar os recursos naturais. Na cultura, é a mesma coisa;. É preciso ter acesso a hábitos culturais variados e com diversidade de opções, que tragam a realidade de outras regiões e países, sugeriu.

De acordo com a pesquisa, por ordem de preferência, os brasileiros gostam mais de ler algum livro (63%), ir a show de música ou ao cinema (53% cada), ao teatro (21%) e assistir a espetáculos de dança ou visitar exposição de arte (16% cada).

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