Jornal Correio Braziliense

Brasil

Presença de lanchonetes em escolas dificulta mudança alimentar dos alunos

A preocupação dos ministérios da Saúde e da Educação com o aumento descontrolado da obesidade no Brasil ; principalmente entre as crianças ; tem refletido em mudanças nos cardápios das escolas da rede pública brasileira. Porém, o esforço das secretarias estaduais de educação em formular refeições equilibradas muitas vezes esbarra na presença de lanchonetes repletas de produtos industrializados e calóricos para atrair os alunos nos intervalos das aulas. Especialistas ouvidos pelo Correio avaliam que esse é o grande vilão à saúde das crianças. Atualmente, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os únicos estados que mantêm leis para regulamentar a venda de alimentos nesses locais.

Segundo Rosane Maria Nascimento da Silva, coordenadora da área técnica do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), apesar da alta incidência de obesidade na idade escolar, não há perspectiva da aprovação de uma lei nacional para regulamentar a venda de alimentos pouco saudáveis nas lanchonetes das escolas. O MEC, inclusive, não inclui nos dados do Censo da educação básica o número de escolas públicas que têm lanchonetes, que são terceirizadas. Hoje, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alerta que é preciso inverter esse quadro o mais rápido possível. ;Queremos discutir como a escola pode ajudar na construção de hábitos mais saudáveis. Acreditamos que uma criança e um adolescente bem orientados influenciam os pais dentro de casa.;