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Rodoviários e empresas de Niterói participam de audiência de conciliação

postado em 30/03/2012 12:36
Rio de Janeiro - Representantes do Sindicato dos Rodoviários de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, vão se reunir na tarde desta sexta-feira (30/3) com integrantes do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do estado, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para uma audiência de conciliação. A categoria, há dois dias em greve, reivindica aumento salarial de 16%, fim da dupla função (em que motoristas também atuam como cobradores), reajuste de 100% no valor da cesta básica e o fim da função de motorista júnior.

O diretor de Comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Antônio da Conceição, espera que a definição de um acordo interrompa a paralisação, que atinge, segundo estimativa da própria entidade, 1,3 milhão de pessoas no estado. Na noite de ontem (29), motoristas e cobradores de municípios da Baixada Fluminense também decidiram aderir ao movimento.

;Esperamos que prevaleça o bom-senso e que consigamos construir uma proposta que ponha fim à greve. Nossa preocupação maior é a garantia do direito de ir e vir do povo, porque por mais que o sindicato tenha cumprido todas as determinações legais, notificando o Poder Público, ainda temos parte da população prejudicada pela falta de informações sobre o movimento;, explicou.

Segundo Antônio da Conceição, o sindicato representa 18 mil profissionais em Niterói e municípios vizinhos, como São Gonçalo, Tanguá, Itaboraí e Maricá. A adesão nesta sexta-feira chega a 60%, conforme o sindicato.

Para o superintendente do Setrerj, Márcio Barbosa, o movimento tem motivação política, pois alguns sindicatos estão em meio a processo de eleição para mudança de diretoria. Para garantir a circulação dos ônibus, carros das empresas buscaram motoristas em casa e alguns profissionais que não exercem essa atividade no dia a dia acabaram assumindo a função.

;Todos eles são motoristas de formação e têm habilitação na categoria D, exigida para dirigir ônibus. Nós os orientamos a trabalhar sem uniforme, para garantir a segurança em caso de piquetes;, acrescentou.

A proposta oferecida pelas empresas inclui aumento salarial de 10% e reajuste de 25% na cesta básica. Enquanto a categoria e as empresas não chegam a um acordo, a população na região metropolitana sofre com a falta de transporte. O encarregado de construção civil Francisco Alves, morador de São Gonçalo, tentou, sem sucesso, na manhã de hoje, chegar ao trabalho.

;Normalmente eu saio de casa às 5h da manhã para chegar a Belford Roxo (na Baixada Fluminense), onde trabalho, por volta das 6h30. Hoje, até as 9h, eu não tinha conseguido nem sair daqui. Foram dois dias horríveis e perdidos;, lamentou.

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