postado em 17/04/2012 20:48
Brasília ; O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, reabriu nesta terça-feira (17/4) as negociações com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os sem-terra cobram pressa no assentamento de famílias incluídas nos programas de reforma agrária e melhores condições para as 186 mil famílias de agricultores que vivem em acampamentos na beira de rodovias e estradas vicinais.As negociações estavam paradas porque o governo se negava a negociar enquanto o MST mantivesse as invasões do Ministério Desenvolvimento Agrário (MDA) e de outros prédios públicos em várias cidades brasileiras como forma de marcar o que chamam de Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. Com a saída dos manifestantes, hoje cedo, do prédio do MDA, o ministro recebeu uma delegação de dirigentes do MST e prometeu encaminhar a pauta de reivindicações ao Palácio do Planalto, com o compromisso de apresentar respostas até a próxima quinta-feira (19/4).
De acordo com Valdir Misnerovicz, um dos coordenadores do MST na reunião, o encontro foi tranquilo. ;Mostramos nossa insatisfação em relação ao ritmo lento no processo de reforma agrária e pedimos que o governo agilize o andamento dos assentamentos, cujo processo está parado;. Segundo ele, o ministro acolheu as reivindicações, prometeu empenho, mas não assumiu nenhum compromisso, tendo em vista que a decisão é política e depende da Presidência da República.
A assessoria do MDA informou que Pepe Vargas pediu aos dirigentes do MST que desocupem todos os prédios invadidos para ;destravar; a agenda de negociações com o governo federal. Agenda previamente estabelecida na semana passada, em reunião da qual participou também o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Segundo Misnerovicz, mais de 4 milhões de famílias de trabalhadores rurais esperam terras. Delas, 186 mil famílias estão acampadas, em condições precárias. O MST também cobra do governo a abertura de linhas de crédito rural para que possam se organizar em cooperativas de produção e pede mais atenção à educação no campo, de modo a evitar a migração de jovens para as cidades.