postado em 18/04/2012 20:59
Uma menina de 7 meses morreu no Hospital João XXIII, na terça-feira (17/4), com um quadro de insuficiência respiratória. Segundo a mãe adotiva da criança, Fátima Santos Junuário, havia suspeita de gripe suína no bebê. A mulher denuncia falhas no atendimento de Ester de Melo da Silva em hospitais da capital e ainda reclama da falta de informações no diagnóstico. Ela cria a filha do cunhado e da mulher dele, que são dependentes químicos. Segundo Fátima, o bebê estava passando mal com crises de bronquite desde o dia 16 de março quando foi levada para o Posto de Saúde Cícero Idelfonso. Lá foi atendida e liberada. No dia 20, Ester passou mal novamente, foi atendida no mesmo posto e encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste.
De lá acabou transferida para o Hospital da Criança onde ficou dois dias internada e teve alta. Dia 29, passou por uma consulta com a pediatra, mas a menina estava bem. No dia 5 de abril, ela se sentiu mal novamente sendo levada para UPA Oeste, onde foi atendida prontamente. Na sexta-feira, o quadro de saúde dela piorou e voltou ao Hospital da Criança onde ficou respirando com a ajuda de aparelhos.
No último domingo, o bebê piorou e foi atendida por enfermeiras. A mãe disse que nenhum médico atendeu a criança. Informaram à mãe que a criança precisava de vaga de Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Ela foi levada para o Hospital João Paulo II, antigo CGP.
Nessa unidade, passou pelo pronto atendimento e, ao invés do CTI, foi levada para um leito normal. Segundo a Fátima, a filha não teve atendimento adequado, porque nem foi avaliada por um médico. Uma enfermeira chegou a discutir com a mãe dizendo que o caso da menina não era grave.
Duas médicas desse hospital perceberam a gravidade do caso e agilizaram a transferência da criança para o Hospital João XXIII, ainda no domingo. De acordo com a mãe, uma plantonista deu a notícia a ela sobre a suspeita de que a menina tinha H1N1, a gripe suína. Conforme relato de Fabiana, a menina chegou a ser medicada para tratar essa doença, por meio de um cateter colocado na perna. O sangue da menina foi coletado para exame que deve ficar pronto em 45 dias.
Na noite de terça-feira, Ester morreu. Conforme a mãe, no atestado de óbito consta causa da morte como insuficiência respiratória por consequência de crise asmática. A médica que assinou o documento informou à mãe que Ester não morreu de H1N1. O velório e enterro da criança serão no Cemitério da Paz, na Região Noroeste de BH.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que não houve negligência nos hospitais da rede, João Paulo II e João XXIII. Disse que o atendimento foi adequado e que Ester foi medicada conforme necessário. Mais detalhes sobre o caso serão enviados por meio de uma nota, na tarde desta quarta-feira.