postado em 04/05/2012 11:19
São Paulo ; Maior serviço público de urologia do estado de São Paulo, o Centro de Referência em Saúde do Homem atendeu 15 mil pacientes para consultas de oncologia e patologias da próstata em 2011. Desse total, 20% se recusaram a passar pelo exame retal para diagnóstico do câncer de próstata.O coordenador do centro de urologia, Cláudio Murta, alerta que certos tumores só são detectados por meio do exame do toque, como é popularmente conhecido. Para ele, o percentual de homens que deixam de se submeter ao procedimento ;é alto e preocupante;. ;A gente sabe que o câncer de próstata é o mais comum que afeta os homens;, lembrou.
;Existe uma questão cultural de os homens acharem que, ao fazer o toque retal da próstata, vão perder a masculinidade;, acrescentou Murta sobre as razões que levam os pacientes a evitar o exame. Há ainda, segundo o médico, outros fatores, também culturais, que fazem com que o homem não cuide da saúde. ;Tem uma questão também do homem, por ser o provedor da casa e não querer faltar ao trabalho para ir ao médico;, ressaltou.
Essas resistências vêm, entretanto, sendo vencidas ao longo do tempo, de acordo com Murta. ;O que a gente percebe na prática clínica é que nos últimos dez, 15 anos, vem caindo gradativamente o número de homens que se recusam a fazer o exame. E isso se reflete nos números de diagnóstico precoce de câncer de próstata;, destacou o especialista.
A identificação da doença nos estágios inciais facilita o tratamento e o torna menos invasivo. A partir dos 45 anos, todos os homens devem fazer um check-up anual. ;Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres; diz Murta, ao alertar que o público masculino precisa dar mais atenção à saúde.