postado em 10/05/2012 11:32
O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcello Crivella, disse nesta quinta-feira (10/5) que apenas 26,9% (cerca de 1,5 mil) das 5.565 prefeituras em todo o país incluem o pescado no cardápio da merenda escolar pelo menos uma vez por semana.Em março, a pasta iniciou um levantamento detalhado, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), sobre o consumo de peixe nas escolas públicas. A coleta de dados, por meio de questionário feito com nutricionistas e responsáveis técnicos pela alimentação escolar, foi concluída no último dia 30.
A ideia, segundo Crivella, é saber, por exemplo, se a escola tem câmaras frigoríficas para estocar o alimento, se as merendeiras sabem preparar o pescado e se há dificuldade na aquisição de peixe fresco na cidade. O ministro lembrou que o brasileiro consome, atualmente, 10 quilos de peixe por ano. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o consumo fique em torno de 12 quilos ao ano por pessoa.
;A média mundial chega a 16 quilos. Países como o Japão têm um consumo per capita de 30 quilos. Estamos diante de um grande manancial e, ainda assim, consumindo pouco;, disse. ;A verdade é que a gente precisa desenvolver esse hábito nas crianças. Se elas não adquirem esse hábito em casa, a ideia nossa é que o adquiriram nas escolas;, completou.
O ministro destacou que a proteína do peixe é uma das mais nobres, pois cada 100 gramas do alimento oferecem 30 gramas de proteína, pouca gordura e muito ômega 3. Segundo Crivella, a pasta já está em contato com o Ministério da Educação na tentativa de mostrar às crianças, por meio de material didático, a importância do consumo do pescado.
Outra linha de atuação consiste em negociar, com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a inclusão do peixe nas programas atualmente implementados. ;Nosso futuro é brilhante. Os técnicos do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] chegam a dizer que a indústria da pesca no Brasil tem o potencial de ser um pré-sal, até com mais longevidade. Tanto o gás quanto o óleo, um dia, vão acabar. Nosso pescado não;, concluiu.