postado em 18/05/2012 16:07
O Brasil pode comemorar os avanços da reforma psiquiátrica, como a criação de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), de comunidades terapêuticas e de leitos exclusivos em hospitais gerais. Entretanto, a existência de cerca de 200 manicômios no país demonstra que ainda há muito o que ser feito, avaliou nesta sexta-feira (18/5), Dia da Luta Antimanicomial, o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.Em entrevistal, ele avaliou que a implantação de uma política que desconstrua o conceito de internação de usuários de álcool e outras drogas encontra-se ;no meio do caminho;. Segundo Magalhães, não é fácil substituir, ainda que progressivamente, o tradicional modelo do aprisionamento dessas pessoas por uma política mais humanizada.
;Temos que comemorar a possibilidade do direito à vida e à saúde desses pacientes;, disse, ao lembrar que o país conta com mais de 3 mil leitos específicos para dependentes de álcool e outras drogas e 1.771 Caps de diferentes modalidades. ;Esse é o caminho: um tratamento humanizado, de qualidade e que precisa ser estendido;, completou.
Para o secretário, os manicômios representam segregação e não são capazes de resolver o problema de forma efetiva. A saída, segundo ele, deve ser o fortalecimento de uma rede articulada e que ofereça serviço médico de qualidade. A ideia do governo é priorizar investimentos, inicialmente, nas capitais e grandes regiões metropolitanas e, posteriormente, expandir as ações para cidades de menor porte.
;Temos que ter a tranquilidade de assumir que ainda temos um longo caminho a percorrer porque precisamos de novos serviços, precisamos formar profissionais, especialmente médicos, o que demora muito. É um movimento progressivo. O país não vai mais parar de fazer isso. Esse modelo é viável, funciona bem e precisa de expansão, porque a demanda está aumentando;, destacou.