Brasil

Greve de ferroviários deixa 850 mil paulistanos sem transporte público

postado em 23/05/2012 14:03
São Paulo - A greve dos ferroviários das linhas 11 Coral (Luz-Estudantes) e 12 Safira (Brás-Calmon Viana), da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deixou 850 mil paulistanos sem transporte na manhã desta quarta-feira (23/5). As duas linhas atendem passageiros da zona leste, a mais populosa da cidade, e liga a região ao centro de São Paulo.

Parte da categoria, filiada ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, pede aumento real de 5% nos salários, além de reposição da inflação de 5,83%, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A proposta da empresa, que prevê reajuste de 6,17% e participação nos resultados da empresa com valor mínimo de R$ 3 mil, foi recusada nessa terça-feira (22/5) pelos trabalhadores.

Segundo o presidente da CPTM, Mário Manuel Seabra Rodrigues Bandeira, as reivindicações feitas estão fora do padrão do mercado. ;Estamos negociando há algum tempo. Nossa proposta é extremamente boa e não compreendemos o motivo que levou o Sindicato a não aceitá-la. Diante da situação macroeconômica do país, com crescimento abaixo de 3%, a desindustrialização e a redução do PIB [Produto Interno Bruto], qualquer coisa acima disso está fora de cogitação.;

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou ontem que deveria ser garantido o funcionamento das linhas da CPTM com 85% do efetivo nos horários de pico, compreendidos entre as 5h e as 9h e das 17h às 20h, e 70% nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato fica sujeito à multa diária de R$ 100 mil. ;Os oficiais de Justiça já comprovaram o não cumprimento da medida cautelar proferida. Vamos aguardar as sanções já determinadas anteriormente;, disse Mário Manuel.
[SAIBAMAIS]
Mais dois sindicados congregam os funcionários das outras quatro linhas da CPTM na cidade de São Paulo. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que representa os ferroviários das linhas Rubi e Turquesa, vai decidir em assembleia hoje, às 16h, se adere à paralisação. Já o Sindicato Ferroviário da Zona Sorocabana, do qual fazem parte os funcionários das linhas Diamante e Esmeralda, informou que está em estado de greve, enquanto aguarda que a CPTM melhore a proposta de reajuste. No próximo dia 28, será feita uma assembleia para determinar se entrarão em greve.

Para amenizar os impactos da paralisação no transporte público da cidade, foi acionado o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente à Situações de Emergência (Paese), que coloca mais ônibus nas ruas para fazer os trechos que deixaram de ser atendidos.

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