postado em 27/05/2012 13:55
Madri - O presidente do quarto banco espanhol, Bankia, José Ignacio Goirigolzarri, demonstrou neste domingo sua confiança de que o Estado poderá recuperar no futuro sua ajuda recorde à entidade de mais de 20 bilhões de euros mediante a venda de suas ações "ao maior preço possível"."O Estado vai injetar capital no Bankia e a obrigação de uma companhia quando recebe capital, seja de quem for, não é devolver este capital, e sim ser capaz de gerar valor e oferecer rentabilidade a esta contribuição", disse Goirigolzarri citado em um comunicado do Bankia.
"Esta será a melhor maneira para que o Estado, quando considerar oportuno e mediante o mecanismo que desejar, possa vender as ações que vai tomar do Bankia ao maior preço possível com o consequente lucro para os contribuintes", acrescentou o presidente do quarto banco espanhol.
"Esta é a prioridade da nova equipe gestora do Bankia, fazer uma gestão eficiente, austera e transparente que gere valor", afirmou.
Goirigolzarri matizou desta maneira suas palavras na coletiva de imprensa de sábado, na qual afirmou que a ajuda não se articulará através de empréstimos, mas de ampliações de capital, razão pela qual "é capital e não se deve falar de devolver nada, e sim de criar valor para os acionistas".
O presidente do Bankia falou no sábado depois que a entidade anunciou na sexta-feira que precisava de 19 bilhões de euros adicionais para seu saneamento, após uma primeira ajuda pública de 4,465 bilhões de euros, concedida no dia 9 de maio - mediante a transformação em ações de um crédito do fundo público para a reestruturação do sistema bancário espanhol - que levou à nacionalização parcial do banco.
O Estado espanhol se comprometeu a fornecer todos os fundos necessários para o Bankia, que representa 10% do sistema financeiro espanhol, razão pela qual é considerado um banco "sistêmico", cuja eventual quebra contaminaria todo o setor, fragilizado pela explosão da bolha imobiliária em 2008.
Dos grandes bancos espanhóis, o Bankia é o mais exposto ao setor imobiliário: 37,5 bilhões de euros no fim de 2011, dos quais 31,8 bilhões são considerados problemáticos, por seu valor incerto (créditos duvidosos com risco de não ser pagos, imóveis embargados, etc.).