Brasil

Festival de cinema leva discussão sobre a ditadura para universidades

postado em 02/06/2012 18:33
Produções cinematográficas recentes vão ajudar jovens universitários a refletir sobre um período que não viveram. Isso pode ser feito participando do Festival Cinema Pela Verdade, que vai passar por 81 universidades das 27 capitais, exibindo filmes que falam sobre a ditadura militar (1964-1985). Após as exibições, vão haver debates com as equipes responsáveis por algumas das produções.

Segundo a coordenadora da mostra, Júlia Motta, a instalação da Comissão da Verdade, que deverá investigar os crimes contra os direitos humanos no período, faz com que seja importante repensar esse momento histórico. Além disso, ela explicou que a exibição de filmes brasileiros também tem o objetivo de ;tentar formar um público para as produções nacionais, mais crítico e participativo;.

Com esse objetivo, foi escolhido um aluno em cada cidade para atuar como mobilizador e conduzir as atividades local. ;A ideia é que não fossem apenas estudantes de comunicação, para formar uma rede cultural de várias disciplinas;, ressaltou.

Em São Paulo, o mobilizador é o estudante de geografia Antonio Villela que acha a temática do festival ;naturalmente; atraente para os jovens, ;até pelo momento histórico que a gente vive;. Para Villela, a exibição dos filmes e os debates dentro das universidades ajudam a aprofundar a discussão sobre o período da ditadura militar.

Entre os filmes do festival, o preferido de Villela é o documentário Hércules 56, dirigido por Silvio Da-Rin e lançado em 2006. ;[O filme] coloca o outro lado de um evento que a gente conhece por outros veículos, romantizado;, diz em referência ao sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, em 1969. O refém foi usado para conseguir a liberação de prisioneiros políticos.

Serão exibidos ainda outros dois documentários: Cidadão Boilsen, que conta a história de um empresário que ajudou a financiar a Operação Condor, sobre a cooperação entre as ditaduras latino-americanas para caçar opositores.

A primeira sessão na capital paulista está marcada para o dia 11 de junho, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Haverá também exibições na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Mackenzie e Faculdade de Engenharia São Paulo (Fesp).

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