Jornal Correio Braziliense

Brasil

Estudantes da Unifesp assinam termo de compromisso com a Justiça

Nesta segunda-feira (18/6), os 22 estudantes do campus de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que foram detidos na última quinta-feira (14), assinaram um termo de compromisso na 1; Vara Federal em Guarulhos para comparecimento a todos os atos processuais sobre o caso. Segundo nota da Justiça Federal, os universitários foram detidos e autuados em flagrante pela prática de intimidação de professores e depredação do campus.

Segundo a nota, o juiz federal Jorge Alberto de Araújo, substituto da 1; Vara Federal, rejeitou a imputação do crime de formação de quadrilha aos estudantes. Para o juiz, é direito dos universitários expressar seu descontentamento com a situação a que são submetidos diariamente na instituição, mas isto, segundo ele, deve ser feito de forma pacífica, ;sem constrangimento de terceiros;.

"Hoje assinamos um termo de ciência e, caso não respeitemos questões como só deixar o país com autorização prévia e se ausentar de sua cidade com autorização prévia, a liberdade será cassada", explicou Bruno Atanásio, estudante de ciências sociais e um dos detidos pela polícia na semana passada.

Também por meio de nota enviada hoje à noite à imprensa, os estudantes da Unifesp em Guarulhos reclamaram da utilização da polícia para conter os protestos no campus da instituição. ;Nunca poderíamos prever que o termo escolhido pelos órgãos competentes, especificamente no campus Guarulhos, e a escolha de seu diretor, fosse o tom policialesco e repressor na utilização de forças que estão aquém dos problemas por nós enfrentados;, diz a nota.

Por meio de nota, divulgada na última sexta-feira (15), a Reitoria da Unifesp informou que acionou a Polícia Militar porque um grupo de alunos se concentrou na frente da Diretoria Acadêmica e começou a insultar o diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas.

De acordo com a nota, em seguida, o grupo entrou no prédio e quebrou vidros, móveis e computadores, "intimidando e acuando" não apenas o diretor acadêmico, mas também professores que estavam no local, ameaçando ocupar o prédio. A reitoria também informou que está tomando medidas judiciais e administrativas para a reparação dos danos causados ao campus.

Os docentes de todos os campi da Unifesp, por sua vez, continuam em greve. Ontem (17), a paralisação das Instituições Federais de Ensino (IFE), que tem a participação de 54 instituições de diversos estados brasileiros, completou um mês.