Brasil

Ouvidor, governo e sem-terra discutem confronto que deixou 16 feridos

postado em 22/06/2012 14:07
Responsável por prevenir e mediar os conflitos sociais em zonas rurais, o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, está reunido, desde o fim da manhã desta sexta-feira (22/6), com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e representantes do governo do Pará, como o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha. O encontro ocorre em Marabá.

Os participantes discutem uma solução pacífica para os conflitos na região, como o ocorrido na manhã desta quinta-feira (21/6) em uma fazenda explorada pela Agropecuária Santa Bárbara, cujo Grupo Opportunitty, do banqueiro Daniel Dantas, é um dos principais acionistas.[SAIBAMAIS]

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ao menos 12 pessoas, entre elas uma criança de 3 anos, ficaram feridas durante o confronto entre seguranças privados da Fazenda Cedro e um grupo de sem-terra que protestava na Rodovia BR-155 contra a grilagem de terras públicas, o desmatamento ilegal, uso intensivo de pesticidas por grandes produtores rurais e contra a violência a trabalhadores rurais.



Ainda não se sabe ao certo se o grupo tentou entrar na fazenda, mas, ao fim do confronto, a guarita de acesso à propriedade havia sido destruída, incendiada. De acordo com a Secretaria de Segurança, cerca de 100 policiais militares e civis foram deslocados ontem mesmo para a área, a cerca de 50 quilômetros do centro de Marabá, no sudeste do estado.

Seguranças e sem-terra estão sendo ouvidos na delegacia local. Dois peritos da Unidade Regional do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves também foram enviados ao local do conflito. A partir das informações preliminares, a secretaria estadual chegou a informar que, durante a manifestação, os seguranças teriam recebido os membros do MST armados com equipamentos de efeito não letal (munidos com balas de borracha), originando o confronto.

A propriedade é alvo de uma disputa antiga. Em 2009, foi ocupada por famílias ligadas ao MST, que afirma que o Grupo Santa Bárbara ocupou a área ilegalmente. Em uma ação ajuizada naquele mesmo ano contra mais 20 fazendas e 13 frigoríficos acusados de devastar a Floresta Amazônica, o Ministério Público Federal citava a Agropecuária Santa Bárbara como proprietária de nove fazendas irregulares.

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