Brasil

Problemas em diagnósticos do câncer do útero dificultam cura da doença

Segundo estatísticas, a doença atingirá 17,5 mil mulheres em 2012. Falta de preparo de profissionais e ineficácia nos resultados de exames, com até 70% de falsos negativos, estão entre as principais causas do problema

postado em 24/06/2012 08:00
Este ano 17,5 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de colo do útero, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença é curável em praticamente 100% dos casos, se descobertos precocemente. Ainda assim, 4.986 pessoas morreram em decorrência da doença em 2010 ; última estatística disponível. Os números corroboram a tese de que o país ainda esbarra em obstáculos na hora de detectar a doença. Especialistas apontam a origem do problema tanto nos exames quanto nos procedimentos adotados.

O papanicolau, teste mais comum e indicado, por exemplo, segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), chega a apresentar falsos negativos em até 70% dos exames. Depois de uma auditoria em 1,4 mil laboratórios do país que leem esse tipo de análise, o Ministério da Saúde planeja lançar para o próximo ano o Programa de Qualidade para laboratório de citologia.

O presidente da Febrasgo e da Comissão Nacional Especializada em Oncologia Genital, Etelvino Trindade, explica que, além de o exame não ser popularizado, os laboratórios não estão completamente capacitados, em parte porque não existe um programa capaz de avaliar a situação no Brasil. ;Sabemos que o sistema não está bom quando comparamos com a literatura estrangeira. Não temos material nem para dizer quantos (laboratórios) são bons ou não. Vemos que a nossa qualidade não é boa, embora existam alguns excelentes. Todos deveriam ter uma estrutura que fizesse avaliações internas constantes, com mais de um médico lendo uma amostragem para ver se os resultados são os mesmos. Isso garantiria mais qualidade e credibilidade.;

Segundo estatísticas, a doença atingirá 17,5 mil mulheres em 2012. Falta de preparo de profissionais e ineficácia nos resultados de exames, com até 70% de falsos negativos, estão entre as principais causas do problema

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