postado em 25/06/2012 08:15
São Paulo - A Associação Paulista de Supermercados (Apas) apresenta nesta segunda-feira (25/6) ao Ministério Público de São Paulo e à Fundação Procon propostas para compensar o fim das sacolas plásticas nos supermercados do estado. Uma das ideias é oferecer três tipos de sacolas ao consumidor que fizer compras no supermercado e se esquecer de levar a embalagem reutilizável - as feitas em papel, as de material biocompostável, ou seja, fabricadas com amido e biodegradáveis, ou as recicladas, fabricadas com sobras de plástico em indústria. Essas sacolas custariam entre R$ 0,07 ou R$ 0,25, em uma previsão inicial feita pela Apas.Outra proposta seria a de compensar o valor que foi gasto pelo consumidor na compra da sacolinha no supermercado. Ao optar por uma dessas sacolas, a compra será discriminada no tíquete do caixa e, na próxima vez em que se dirigir ao estabelecimento, o consumidor poderá devolver essa sacola (mesmo que o estado em que ela se encontre já não seja o mesmo de quando a adquiriu) e receber de volta o dinheiro que pagou, de forma integral.
O presidente da Apas, João Galassi, disse que com essa atitude o consumidor e os supermercados estarão contribuindo para a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, estimulando a logística reversa. Segundo ele, os supermercados ficariam responsáveis por dar a destinação correta para as sacolinhas que forem devolvidas pelo consumidor.
;Hoje, 90% das compras são feitas com as sacolas reutilizáveis. Mas, quando esqueço a minha sacola ou quando, de repente, a dona de casa está passando e resolve adquirir algum produto, precisa de uma opção mais em conta, que não a onere. [Nesse caso], a dona de casa não precisa de outra sacola reutilizável. Ela precisa de uma opção;, disse o presidente da Apas, explicando as alternativas que vão ser propostas pela associação.
[SAIBAMAIS]Antes mesmo de apresentar as alternativas ao Ministério Público e ao Procon, a associação já estimulou os supermercados a começar a adotar essas medidas de forma imediata. ;Estamos sugerindo que os supermercados, de imediato, comecem a se organizar para promover tanto a questão de ter uma alternativa de baixo custo e que não agrida tanto o meio ambiente quanto a de implantar, de imediato, a política reversa. O objetivo é que o consumidor possa colaborar com o meio ambiente e ter a compensação financeira dessas sacolas que foram adquiridas naquele momento em que não houve o planejamento da compra;, disse Galassi.
Além dessas medidas, a Apas pretende fazer campanhas para conscientizar o consumidor, desestimulando o uso de sacolas plásticas. Segundo a associação, desde abril, deixaram de ser distribuídos 1,1 bilhão de sacolas plásticas em São Paulo. ;Quando há o processo de conscientização e de substituição de sacolas descartáveis por reutilizáveis tem-se uma redução drástica do número de sacolas descartáveis no meio ambiente, que tanto prejudicam nossas cidades e as pessoas;, acrescentou Galassi.
Segundo ele, estudos feitos pela associação mostram que a cobrança pelo uso das sacolas descartáveis tem desestimulado o consumidor a adquiri-las. Galassi ressaltou que as sacolas descartáveis nunca são gratuitas: antes da proibição, eram distribuídas gratuitamente, mas o custo de sua produção era embutido no preço dos produtos comercializados nos supermercados.
;Quando temos um processo em que os preços das sacolas estão embutidos, tem-se a percepção de que não se paga por elas e isso vira um grande desperdício no uso dessas sacolas. Quando se tem os preços explícitos, onde as pessoas percebem que as sacolas têm um custo, há redução drástica no consumo;, explicou. Os preços pela diminuição no uso de sacolas serão, segundo ele, repassados ao consumidor. A garantia para que isso ocorra é feita pelas próprias características do setor: "O setor é muito competitivo. Não preciso me esforçar para que o setor reduza o preço. É do interesse do setor supermercadista competir, ganhar a confiança e ter mais consumidores", explicou
Na última quarta-feira (20/6), o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) decidiu não homologar o termo de ajustamento de conduta (TAC) que estabelecia o fim da distribuição gratuita de sacolas plásticas no supermercados do estado. O acordo, firmado entre o MP-SP e a Apas, estava em vigor desde o início de abril.