Brasil

ONU diz que tráfico de pessoas pode estar por trás de cidadanias ilegais

Representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e Interpol acreditam que esquema de adoções fraudulentas pode estar relacionado ao transporte de cidadãos para a Europa para fins de exploração. Em Goiás, OAB abre investigação contra advogado

Helena Mader
postado em 06/07/2012 06:15
Ações da Polícia Federal combatem o tráfico internacional de pessoas em todo o país. Goiás é um dos principais pólos do crime no Brasil
A hipótese de que o esquema de adoções irregulares de adultos brasileiros por estrangeiros esteja relacionado ao tráfico internacional de pessoas já era investigada pela Polícia Federal e também chamou a atenção do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. A representação da ONU no Brasil analisa se as adoções forjadas podem ser uma forma de legalizar brasileiros na Europa, para explorá-los posteriormente. Segundo a organização, existem hoje 131 rotas internacionais de tráfico de pessoas com partida do país e a negociação da cidadania europeia por meio de falsas adoções pode ser uma nova forma de convencimento de cidadãos brasileiros para levá-los a países como Portugal e Reino Unido.



[SAIBAMAIS]Segundo o Correio mostrou em série de reportagens publicadas desde a última segunda-feira, a Justiça goiana foi alvo de um esquema criminoso de adoção fraudulentas de adultos. Brasileiros pagavam para estrangeiros, principalmente portugueses e italianos, para ganharem falsos pais europeus. O processo, aberto por meio de procuração, tramitava em pequenas comarcas goianas, como as de Itapaci, Ceres e Carmo do Rio Verde. A Corregedoria-Geral de Justiça de Goiás investiga o envolvimento de funcionários dos tribunais no esquema. Alguns casos foram aprovados em apenas um dia e, com a sentença judicial em mãos, os brasileiros alteravam a filiação da Certidão de Nascimento, mudando a cidadania para outro país. Havia até mesmo escritórios de advocacia brasileiros atuando nos processos fraudulentos.

Representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e Interpol acreditam que esquema de adoções fraudulentas pode estar relacionado ao transporte de cidadãos para a Europa para fins de exploração. Em Goiás, OAB abre investigação contra advogado

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