postado em 27/07/2012 13:43
São Paulo - Cerca de 400 pessoas desabrigadas em razão do incêndio ocorrido na manhã desta sexta-feira (27/7) na Favela Humaitá, zona oeste da capital paulista, serão encaminhadas ao abrigo da prefeitura no bairro Barra Funda, informou a Defesa Civil do município. Além disso, elas estão sendo cadastradas para inclusão em programas habitacionais do município. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, a principal dificuldade é a distância, já que muitas famílias preferem ficar na região onde moram, porque tem a escola, o trabalho. Segundo ele, os desabrigados vão receber cesta básica, colchões e itens de higiene pessoal.Durante parte da manhã, o Corpo de Bombeiros fez o trabalho de rescaldo no local. Segundo o major Sílvio Antão Fernandes, responsável pela operação, não há informações de feridos ou desaparecidos. Ele disse ainda que as causas do acidente serão apuradas. A cozinheira Dalva Santos, de 33 anos, conta que foi uma das primeiras a perceber o fogo. ;Acordei com a fumaça e gritei para alertar os vizinhos. O fogo já estava alto. Foi uma correria;, relata. Ela estava em casa com o marido e o filho de 4 anos. Assim como a maioria dos moradores, Dalva perdeu tudo que tinha e não sabe por onde recomeçar. ;Saímos só com a roupa do corpo. Não temos documentos nem dinheiro. Vamos ter que reconstruir tudo do zero.;
Segundo o major Sílvio Antão Fernandes, a área atingida corresponde a 1,2 mil metros quadrados, dos 4 mil metros quadrados de ocupação total da comunidade. Ele explica que a proporção do incêndio, que começou cerca de 4 horas da manhã, foi agravada pelo tempo seco e por muitas casas serem de madeira. Foram enviadas 19 viaturas para local. O fogo foi controlado por volta das 5h30, de acordo com o major.
[SAIBAMAIS]Entre as causas possíveis do incêndio, ele cita uma sobrecarga elétrica ou uma faísca produzida por algum morador ao usar a cozinha durante a madrugada. O responsável pela operação destaca, no entanto, que o laudo oficial será dado pela perícia. ;É cedo para elaborar uma causa. Há muitas informações desencontradas;, destacou.
Durante a manhã de hoje, muitos moradores reclamavam da falta de assistência relacionada à alimentação. O coordenador da Defesa Civil reconheceu o atraso dos kits de café da manhã. Hilda Santos, de 59 anos, também reclamava de assistência médica, tendo em vista que os seus medicamentos para o diabetes foram queimados no incêndio. ;Preciso tomar insulina. Estou preocupada;, relatou. Ela, que estava sozinha em casa no início do fogo, também perdeu todos os pertences. ;Se demorasse para sair, morreria queimada. Não deu para salvar nada. É começar tudo de novo, mas ainda bem que tenho a minha vida;, contou. O coordenador da Defesa Civil disse que casos como o de Hilda serão encaminhados a farmácias populares.