Brasil

CNJ entrega aviões que pertenciam a traficantes para tribunais de Justiça

postado em 30/07/2012 16:52


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregou nesta segunda-feira (30/7) 16 aviões para auxiliar o trabalho de juízes em 11 estados. Segundo o juiz corregedor auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, Marlos Melek, parte das aeronaves pertenciam a traficantes e três delas pertenciam à Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os estados que vão receber os aviões são o Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, o Pará, Paraná, Piauí, a Bahia, Rondônia e Tocantins. Eles foram escolhidos para receber as aeronaves por causa das dificuldades de deslocamento enfrentadas pelos juízes. Todas elas estavam em péssimas condições de uso e passaram por uma revisão completa para voltar ao uso.

;Nós convidamos os juízes das causas para que entregassem os aviões ao CNJ e usamos uma visão sistêmica nacional para podermos entregar esses aviões aos tribunais. Eles vão operar as aeronaves com a Polícia Militar para combater o crime organizado;, disse. Ele informou ainda que os aviões serão usados de forma compartilhada entre os tribunais.

As aeronaves serão usadas no transporte de juízes para fiscalizar as varas nos estados. Hoje, a fiscalização é feita de carro, o que pode exigir uma viagem de até quatro dias para se chegar a uma cidade no interior de um estado. Com os aviões, o juiz pode ir e voltar no mesmo dia.

Melek disse ainda que uma das aeronaves será usada pelo Corpo Militar de Bombeiros do Mato Grosso do Sul e será equipada com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). ;Esse avião começa a voar no dia 21 de agosto e vai transportar pacientes em estado de UTI. É um convênio entre o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Corpo Militar de Bombeiros do Mato Grosso do Sul;.


De acordo com a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, ;nós estamos fazendo com que esses aviões que serviam ao tráfico, sirvam a Justiça;. Ela informou que o CNJ está trabalhando com diversos órgãos em âmbito federal e estadual. ;Acho que os órgãos públicos precisam estar unidos, ter objetivos comuns. Dessa forma ficamos mais fortes para combater o crime organizado;.

A ministra comparou o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para começar na próxima quinta-feira (2/8), ao do ex-presidente Fernando Collor. ;Acho que esse [do mensalão] é do mesmo nível;, afirmou.

Mensalão foi o nome dado no curso dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios a suposto esquema de compra de votos de parlamentares pelo Executivo, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O STF julgará 38 réus que constam dos autos do processo, entre eles José Dirceu, então ministro da Casa Civil.

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