Brasil

Documentos mostram que governo sabia do poder do crack desde1987 e nada fez

Arquivos sigilosos do governo brasileiro revelam que, há mais de 20 anos, analistas já chamavam a atenção para os efeitos devastadores do entorpecente que se tornou epidemia

postado em 03/08/2012 07:50
Usuários consomem a droga em plena luz do dia no Setor Comercial Sul: cracolândias se espalham por todo o país
Um dos principais problemas enfrentados hoje pela sociedade já representava um perigo há 25 anos, como alertou o serviço secreto do governo. Documentos confidenciais da então Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) avaliavam, em 1987, que poderia haver a disseminação de uma droga de alto poder destrutivo: o crack. Apesar dos avisos, somente a partir dos anos 2000, que o governo brasileiro voltou os olhos para a droga, que já é considerada uma epidemia, reconhecida pelo Ministério da Saúde. No entendimento do governo, a droga avançou mais rápido do que as ações de combate e saiu de controle. Segundo estimativas de especialistas, o número de usuários no Brasil está entre 600 mil e 2 milhões. A aprovação da Lei de Acesso à Informação revelou grandes volumes de análises oficiais fazendo referências à pedra da morte.

Os primeiros relatos sobre a droga nos documentos do governo aconteceram em 1987, quando os serviços de informações analisavam a situação do país, na época considerado internacionalmente como fornecedor de insumos químicos para o refino dacocaína. O alerta observa que em Porto Velho, Rondônia, havia também outra droga que poderia ser ainda mais perigosa do que o crack ; a mescla, que na verdade é a pedra da morte em seu estado pastoso. Mas, quatro anos depois, o assunto voltou a circular na esfera do serviço secreto, especialmente a SAE, que substituiu o temido Serviço Nacional de Informações (SNI), criado durante a ditadura militar.

Arquivos sigilosos do governo brasileiro revelam que, há mais de 20 anos, analistas já chamavam a atenção para os efeitos devastadores do entorpecente que se tornou epidemia

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