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Escolas que tiveram notas altas no Ideb contam a receita do sucesso

postado em 14/08/2012 19:11
Bom relacionamento entre os pais e a escola, o incentivo à leitura, baixa rotatividade no quadro de funcionários e aulas de reforço são pontos em comum entre as três escolas públicas municipais com as notas mais altas no Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), divulgado nesta terça-feira (14/8) pelo Ministério da Educação.

No Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Glauber Rocha, na zona norte do Rio de Janeiro, um livro na mão, uma ideia na cabeça é a filosofia. Com nota 8,5 (em uma escala de 0 a 10), a escola tem cerca de 550 estudantes da pré-escola ao 5; ano. Apesar das turmas cheias, a avaliação dos professores e funcionários é que o resultado reflete os pilares do projeto pedagógico: "leitura, reforço e família".

Situada em um bairro com alguns dos piores índices socioeconômicos da capital fluminense, a diretora Ioliris Paes, que comanda o centro há 15 anos, conta que já precisou resgatar panelas roubadas em um ferro velho. "Um pai me contou onde estavam e eu fui buscar", revelou sobre o episódio, em 2002, o último de uma série de saques à escola em 25 anos.

[SAIBAMAIS]Com a abertura da unidade escolar à comunidade em horário integral, dedicação exclusiva de 80% dos professores, contratação de estagiários para aulas de reforço e 5 mil títulos na biblioteca que podem ser emprestados aos alunos e suas famílias, o colégio Glauber Rocha coleciona resultados positivos. Em 2009, no último Ideb, conseguiu nota 6,7, antecipando a meta prevista para 2021.

O incentivo à leitura e a pouca troca de funcionários também é a receita de sucesso da Escola Municipal Carmélia Dramis Malaguti, de Itaú de Minas (MG), que tirou a nota mais alta no Ideb: 8,6. À frente de 250 alunos da educação infantil ao 5; ano, a maioria de classe média, a diretora Maria Flávia de Oliveira diz que os colaboradores "tem um espírito de pertencimento."

O entrosamento da escola com a família, além da formação continuada dos professores, asseguram o bom desempenho do colégio no Ideb "O município tem um compromisso com a formação continuada do professor e isso é fundamental", destaca Maria Flávia.

Empatada com a escola de Minas Gerais, está a Escola Municipal Santa Rita de Cássia, de Foz do Iguaçu (PR), que também investe na valorização dos funcionários. "Nosso diferencial é o trabalho conjunto", disse a diretora Shirlei Carvalho. Lá, aulas de reforço também ajudam a corrigir deficiências no aprendizado dos alunos, assim como na escola Glauber Rocha, no Rio.



A escola do Paraná - com aproximadamente 200 alunos sendo, no máximo, 30 por sala de aula - também colhe os frutos da aposta no atendimento individualizado e no envolvimento da família com o ambiente escolar. "Procuramos trazer os pais para dentro do espaço escolar, inclusive levando-os em passeios culturais com seus filhos, porque sabemos que a participação deles é fundamental", diz a diretora.

A unidade não tem uma biblioteca, mas dribla o problema oferecendo um conjunto de obras literárias infanto-juvenis na própria sala de aula e fazendo um "trabalho de base" desde a pré-escola. Atividades ao ar livre e culturais são outras formas usadas para conseguir atenção dos estudantes.

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