Cristiane Silva/Estado de Minas, Guilherme Paranaiba/Estado de Minas
postado em 23/08/2012 13:21
Tristeza e dor marcaram o enterro de Sérgio Rosa Sales, 24 anos, primo do goleiro Bruno, nesta quinta-feira. Familiares e amigos do jovem estavam no velório desde a noite de quarta-feira. Houve um culto evangélico por volta das 11h no velório 2 do Cemitério da Saudade, Região Leste de Belo Horizonte, e os parentes choraram muito.
A avó que criou Sérgio e Bruno, Estela de Souza, esteve no funeral mas precisou sair amparada por algumas pessoas. Ela acompanhou o cortejo até o local do sepultamento em um carro. Ninguém quis falar com a imprensa. A defesa do goleiro não fez nenhum pedido de liberação do detento para participar da cerimônia, conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social.
[SAIBAMAIS] Em liberdade há 378 dias, Sérgio, 24 anos, conhecido como Camelo, foi assassinado pela manhã, a poucos metros de casa, no Bairro Minaslândia, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, quando saía para o primeiro dia de trabalho em um serviço de pintura. Testemunhas viram um homem em uma moto vermelha, de capacete rosa, perseguindo o rapaz pelas ruas, com um revólver 38 na mão. Baleado nas costas, Sérgio ainda conseguiu correr por três quarteirões, gritou por socorro e tentou se refugiar no quintal da casa de amigos. Encurralado, foi atingido outras vezes: braço, peito, barriga, mão e rosto. Morreu na hora.
Na noite de quarta, o pai do rapaz, Carlos Alberto Sales, negou que o filho estivesse envolvido numa recente briga durante uma partida de futebol, em que teria agredido uma pessoa com um tapa no rosto, versão que circulou após o assassinato e será investigada pela polícia. A defesa de Sérgio não solicitou a proteção. A Polícia Civil informou que o delegado Frederico Abelha irá presidir as investigações sobre a execução e ouve testemunhas.
Sumiço de Eliza Samudio
Sérgio Rosa Sales respondia por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, juntamente com o primo Bruno e Macarrão, que seguem presos. Sérgio ficou preso na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, por mais de um ano. Ele foi solto em 11 de agosto de 2011, por ter contribuído com as investigações.
Um dos primos de Sérgio diz que ele era tranquilo e estava trabalhando como pintor. Diariamente, pela manhã, ele costumava ir a uma padaria e seguia para o trabalho. Ainda conforme o parente, ele se apresentava mensalmente no Fórum para as audiências. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que, como estava em liberdade provisória, aguardando julgamento, Sérgio devia se apresentar todos os meses e estava em dia com as visitas.