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Ampliação do Porto de São Sebastião preocupa moradores do litoral de SP

postado em 25/08/2012 16:03
O projeto de ampliação que deverá triplicar a capacidade do Porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, preocupa prefeitos e moradores da região. As obras, orçadas em R$ 2,5 bilhões, devem dar suporte à extração de petróleo do pré-sal, mas a população teme que vá afetar a vocação turística dos municípios vizinhos pelo risco ao meio ambiente.

Atualmente, o projeto aguarda a emissão de licença prévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com mais capacidade, o porto também será uma alternativa para escoar mercadorias de regiões como o Vale do Paraíba.


;O município de São Sebastião é turístico e portuário, não tem sentido uma coisa atrapalhar a outra;, reclama Regina Helena Ramos, vice-presidente da Federação Pró Costa Atlântica, que reúne associações de bairro do município.

A moradora aponta para a ameaça de degradação do meio ambiente, grande atrativo turístico da região, com a migração que pode ser estimulada pela expansão portuária. ;Não existe hoje habitação nem para as pessoas que moram lá, tem uma população imensa em áreas de risco e preservação;, diz.

Para que a cidade suporte a ampliação do terminal, Regina Helena defende que sejam feitos investimentos em infraestrutura compatíveis com o novo tamanho do terminal, que deverá ficar totalmente concluído em 2035. ;Se as coisas não forem bem feitas, se a infraestrutura não estiver à altura, São Sebastião acaba para o turismo, e não é isso que a gente quer;.

O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, também teme que o potencial turístico do município seja afetado. Por meio de nota, ele destaca que o projeto preocupa, ;não só pelo tamanho que se desenha, mas também porque todo o escoamento da carga será por estrada;.

Entretanto, na avaliação do prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, o problema central diz respeito à alça de acesso ao porto, que no trajeto proposto promoverá a remoção de 3 mil pessoas. Ele defende um projeto com túneis para evitar a retirada das famílias. ;É possível fazer, está faltando vontade de meter a mão no bolso;, diz.

[SAIBAMAIS]O presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Casemiro Tércio Carvalho, de outro lado, sustenta que o problema afeta 400 famílias que vivem irregularmente na área. ;Não é que vai desapropriar, aquilo é área invadida. A gente vai reassentar 400 famílias em moradia digna;, garante.

Segundo Carvalho, está sendo realizado um estudo, que deve ficar pronto em até três meses, para determinar quais serão os impactos da ampliação no turismo da região. A partir daí, serão apresentadas propostas para mitigar esses efeitos negativos. ;Nosso objetivo é transformar São Sebastião em referência de porto verde para o Brasil e para o mundo;, diz.

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