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Corregedoria assume investigações sobre a morte de primo de Bruno

Cristiane Silva/Estado de Minas
postado em 27/08/2012 14:02
A Corregedoria Geral da Polícia Civil assume, a partir desta segunda-feira, as investigações sobre a morte de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, ocorrida na semana passada. Em nota, a Polícia Civil informou que a decisão foi tomada porque, durante depoimentos no início das investigações do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, Sérgio teria dito que sofreu constrangimentos no Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). ;Para evitar qualquer dúvida em relação à transparência das investigações, a Corregedoria, então resolveu assumir a presidência do inquérito;, diz a nota.

Sérgio teria sido ameaçado em juízo em um dos primeiros depoimentos sobre o caso, em 2010. Em dezembro daquele ano, ele teria encaminhado uma carta à juíza Marixa Rodrigues, revelando que durante as audiências de instrução, ocorridas no Fórum de Contagem, os réus o obrigaram a passar informações incorretas e o ameaçaram. Ele afirmou que se ele não compactuasse com o esquema, a mãe dele perderia a casa em que mora comprada por Bruno.



Uma carta inédita de Sérgio aos pais foi divulgada neste domingo no programa ;Fantástico;, da TV Globo, no domingo. Na carta, endereçada aos pais, Sérgio afirma que seus depoimentos sobre o caso eram verdadeiros. ;Só falei a verdade. O doutor (advogado) não me mandou falar isso ou aquilo. Eu não confio em outros advogados;. O primo do goleiro também disse que teria sido coagido por advogados - que trabalhavam no processo na época ; a mudar sua versão do crime. ;Esses outros advogados estão vindo aqui talvez mandado (sic) por outros advogados para muda (sic) a minha cabeça no meu depoimento;, diz o texto.

O delegado Frederico Abelha conversou com familiares do primo de Bruno na semana passada. Conforme ele informou à assessoria de imprensa da Polícia Civil, uma mensagem com uma ameaça recebida pelo jovem no celular há aproximadamente dois meses será investigada, mas o delegado nega que Sérgio tenha recebido outras ameaças.

Entenda o caso

[SAIBAMAIS]Em liberdade há 378 dias, Sérgio, 24 anos, conhecido como Camelo, foi assassinado pela manhã, a poucos metros de casa, no Bairro Minaslândia, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, quando saía para o primeiro dia de trabalho em um serviço de pintura. Testemunhas viram um homem em uma moto vermelha, de capacete rosa, perseguindo o rapaz pelas ruas, com um revólver 38 na mão. Baleado nas costas, Sérgio ainda conseguiu correr por três quarteirões, gritou por socorro e tentou se refugiar no quintal da casa de amigos. Encurralado, foi atingido outras vezes: braço, peito, barriga, mão e rosto. Morreu na hora.

Durante as investigações, a polícia descartou a hipótese de que Sérgio teria se envolvido em uma briga durante uma partida de futebol, o que teria motivado uma vingança. A polícia também vai investigar se um grupo preso com drogas e armas na tarde desta sexta-feira no Bairro Minaslândia tem participação na morte de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes. A suspeita foi levantada por uma denúncia anônima recebida pela Polícia Militar logo após as prisões.

Outras linhas de investigação seguidas pela polícia são a de queima de arquivo devido ao processo do desaparecimento e morte da ex-amante do goleiro Eliza Samudio, a que Sérgio respondia na Justiça com outros sete acusados e envolvimento com o tráfico de drogas. A polícia já teria recebido 20 versões diferentes a respeito do assassinato.

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