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Corregedoria quer ouvir detetive que ligou para suspeitos da morte de Eliza

Paula Sarapu
postado em 28/08/2012 09:04
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil assumiu nessa segunda-feira (27/8) as investigações sobre a morte do primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, assassinado a tiros na última quarta-feira (22/8) no Bairro Minaslândia, na Região Norte de Belo Horizonte, e que havia ajudado a polícia a recontar os últimos passos da modelo Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Em novembro de 2010, Sérgio afirmou à Justiça que seu depoimento na polícia foi influenciado por agressões físicas que teria sofrido dos delegados e investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

Por isso, na sexta-feira o Ministério Público recomendou que outra unidade apurasse a execução do rapaz. Segundo o corregedor-geral de Polícia Civil, delegado Renato Patrício Teixeira, esses policiais poderão ser chamados a prestar novo depoimento. O delegado disse ainda que vai investigar as suspeitas de envolvimento do policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, que apresentou Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Responsável pelo inquérito, o delegado Edson Moreira, então chefe do Departamento de Investigações, diz ter certeza da participação dele na morte da Eliza, embora não tenha conseguido provar.

;Isso vai ser checado também. Nenhuma linha de investigação será abandonada. O Ministério Público ponderou que seria conveniente outra unidade investigar a morte do Sérgio, já que ele alegou em juízo que teria sido alvo de arbitrariedades por parte das autoridades policiais da DHPP, para que ele prestasse aquele depoimento. A morte dele guarda algum vínculo com o fato anterior e por isso a Corregedoria, que investiga todos os fatos atribuídos a policiais civis, resolveu avocar este caso;, acrescentou.

Zezé envolvido

De acordo com as investigações sobre a morte de Eliza, Bola se encontrou com Zezé duas vezes na noite do crime: antes e depois de asfixiar a modelo até a morte. O policial aposentado foi ouvido duas vezes pela polícia e, no primeiro depoimento, não contou que esteve com o colega na noite do crime. Na segunda versão, Zezé disse que Bola o procurou para pedir R$ 50 emprestados.

[SAIBAMAIS]Os dois foram da mesma turma da Polícia Civil e, segundo as investigações, há indícios de que Zezé também tenha estado no motel onde Bruno e Macarrão passaram a noite, horas depois de sequestrar Eliza em um hotel de luxo no Rio de Janeiro. Como mostram as apurações, Macarrão e Zezé se falaram 23 vezes por telefone. Naquela noite, um homem que a polícia não conseguiu identificar à época, foi autorizado a subir até o quarto de Macarrão, onde permaneceu por 40 minutos.



;Bruno era o detentor do motivo para matar Eliza e Macarrão, como seu procurador, assumiu o motivo também. Bola foi o matador e Zezé o responsável pela aproximação para resolver o problema. Eles eram amigos, foram da mesma turma. Para mim, Zezé participou pelo menos da ocultação do cadáver;, afirma Edson Moreira.

As investigações sobre a morte de Sérgio ficarão a cargo do subcorregedor Alexandre Campbell, da 2; Subcorregedoria. De acordo com o delegado Renato Patrício Teixeira, os depoimentos dos pais e da namorada de Sérgio, ouvidos no fim da semana, serão aproveitados. Uma reunião já está marcada com investigadores da DHPP para troca de informações. O corregedor disse que os policiais vão às ruas para complementar as informações sobre a vida pregressa da vítima. ;Nada do que já foi feito será perdido. Queremos saber, por exemplo, os últimos contatos que ele fez;, diz o corregedor-geral.

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