postado em 12/09/2012 11:31
A presidenta da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, disse que os números sobre o ensino superior no Brasil, divulgados nessa terça-feira (11/9) no relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reforçam a necessidade de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.;A gente entende que [o relatório] é positivo e mostra que o Brasil está no caminho certo. Reforça, porém, a necessidade de aumentar o investimento em educação. A aplicação de 10% [do PIB no setor] se mostra bem coerente e necessária para que a gente consiga melhorar e avançar de forma consistente;, disse ela.
A pesquisa revela que o país registrou o quarto maior aumento em gastos na educação no período de 2000 a 2009 entre os 33 países incluídos no estudo que forneceram estatísticas nessa área. Os investimentos no Brasil passaram de 10,5% do total dos gastos públicos em 2000 para 16,8% em 2009.
A diretora executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, disse que as discussões sobre mais investimento têm que forçar uma alteração no sistema educacional vigente e incentivar a gestão da educação. ;Mesmo investindo 12%, 15% do PIB, não vamos chegar [à meta de] todo jovem com ensino médio concluído se o sistema atual não for alterado. Temos que ter uma discussão mais ampla. É nosso dilema - mais recursos ou mais gestão?. Todo mundo quer discutir aumento de recursos, mas esquece de pensar em planejamento e execução do processo;, lembrou Cruz.
[SAIBAMAIS]Para a diretora, o relatório mostra o avanço da educação no país, ;mas a qualidade do ensino não melhorou na mesma proporção;. Segundo ela, os dados negativos do estudo em relação ao ensino superior revelam que os alunos do ensino médio ainda não estão preparados de forma adequada. ;Enquanto a gente não entregar alunos para cursar o ensino superior de verdade, ele [essa etapa do ensino] nunca terá qualidade. E a qualidade do ensino superior é afetada pela básica, não há como causar impacto no ensino superior sem mexer na básica.;, avaliou.
O Brasil, segundo o relatório, também foi o país que mais ampliou os gastos por aluno no ensino primário e secundário entre 29 países que forneceram dados a respeito. Os gastos com alunos do ensino primário e secundário aumentaram 149% entre 2005 e 2009, diz o estudo. Ressalta, no entanto, que o nível anterior era bem abaixo do observado em outros países.