Brasil

Justiça eleitoral ordena detenção de presidente da Google Brasil

Agência France-Presse
postado em 25/09/2012 18:10
Rio de Janeiro - A justiça eleitoral ordenou a detenção do presidente da Google no Brasil, Fabio José Silva Coelho, por não ter retirado vídeos do YouTube que atacam um candidato a prefeito para as eleições municipais de outubro, informou nesta terça-feira (25/9) um tribunal.

A justiça eleitoral do estado do Mato Grosso do Sul indicou que Fabio cometeu um crime de "desobediência" ao não retirar do Youtube dois vídeos que contêm "calúnias, injúrias e difamações" contra Alcides Bernal, candidato a prefeito de Campo Grande.

Também pediu o bloqueio do YouTube em Campo Grande, e se for possível em todo o estado, durante 24 horas.

A decisão já havia sido adotada pelo juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, Flávio Saad Peren, na semana passada. A Google apelou da decisão dizendo que "não se trata de propaganda eleitoral negativa", mas o juiz Amaury da Silva Kuklinski manteve a ordem.

"A Google está apelando da decisão que determinou a retirada de vídeos do YouTube porque, sendo uma plataforma, a Google não é responsável pelo conteúdo postado em seu site", disse um porta-voz da Google.

Os vídeos acusam o candidato a prefeito "de instigação à prática do aborto, de embriaguez, de lesão corporal contra um menor, de enriquecimento ilícito, ter desprezo e preconceitos com os mais pobres", segundo a decisão da justiça eleitoral.

A Polícia Federal do Mato Grosso do Sul disse que havia recebido o pedido de detenção e o enviou a São Paulo, onde mora o presidente da Google Brasil. Mas a Polícia Federal de São Paulo indicou que na tarde desta terça-feira ainda não tinha recebido uma ordem de prisão.



Há 10 dias, um juiz eleitoral do estado da Paraíba (nordeste) pediu também a detenção do diretor geral da Google no Brasil, Edmundo Balthazar, por não ter acatado uma ordem do tribunal de retirar do YouTube um vídeo no qual um candidato a prefeito é chamado de "burro".

A Google apelou e a justiça decidiu que Balthazar não pode ser considerado responsável pelo conteúdo do vídeo. A ordem de detenção foi suspensa.

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