postado em 18/10/2012 19:06
No Dia do Médico, comemorado nesta quinta-feira (18/10), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz D;Avila, diz que o país está prestes a viver uma crise no sistema de saúde suplementar. ;Os médicos estão se descredenciando das operadoras [de plano de saúde]. Daqui a pouco vai ter mais gente comprando plano de saúde e menos médicos querendo trabalhar com operadoras porque não nos respeitam. É um jogo burro;, disse o presidente.D;Avila diz que os médicos não querem mais trabalhar por cerca de R$ 40 por consulta, o que relata que pagam os planos de saúde e que, além disso, as ;interferências antiéticas; feitas pelos planos de saúde na relação médico-paciente estão ;insustentáveis;.
Entre as interferências antiética, D;Avila citou que ;existem médicos que estão com limitação de pedir exames; muitas vezes você tem que seguir regras, tipo protocolos e diretrizes, que eles [as operadoras de plano de saúde] estabelecem e existe limitação de autonomia profissional;.
Os embates existentes entre médicos e planos de saúde foram motivo de atos públicos feitos pelos médicos contra o que eles chamam de ;abusos praticados pelas empresas da saúde suplementar;. De acordo com o CFM, os médicos de 21 estados confirmaram este mês a suspensão dos atendimentos de consultas, exames e outros procedimentos eletivos por planos de saúde como forma de protesto.
"Eu vejo a possibilidade de um caos muito breve na saúde suplementar. Elas [operadoras de planos de saúde] se recusam sequer a conversar conosco. Agora são 15 dias de paralisação de atendimento. Já houve várias paralisações de um dia", disse D;Avila.
Três entidades médicas nacionais aproveitaram a data para destacar os principais problemas da saúde brasileira por meio de uma carta enviada ao Ministério da Saúde. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) dizem na carta que a crise na saúde pública já está instalada.
Falta de investimento e ;ação limitada; da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no controle da ação dos planos de saúde são problemas que a categoria cita na carta elaborada pelas entidades médicas. ;Há uma inércia do poder politico. Faltam políticas publicas de saúde,; diz o presidente da CFM.
Para que haja uma mudança de quadro, as três entidades sugerem que haja uma aplicação de 10% da renda bruta nacional na saúde e a adoção de parâmetros nacionais de cargos, carreiras e vencimentos para os médicos e outros profissionais da saúde.
;Falta uma carreira de Estado para toda área de saúde;, diz o presidente do CFM, sugerindo como solução para a valorização da profissão a criação de uma carreira de Estado, com dedicação exclusiva, assim como ocorre com a magistratura e com os membros do Ministério Público. Ele acredita que isso também resolveria o problema da falta de médicos em locais de difícil provimento.
;Dinheiro há. Mas [o governo] tem que corrigir os desvios da gestão fraudulenta;, diz D;Avila.