postado em 29/10/2012 08:24
Graças ao incalculável poder da internet, o impasse envolvendo guaranis-caiovás e fazendeiros de Mato Grosso do Sul impressionou brasileiros na última semana, que se mobilizaram no mundo virtual e já começam a programar protestos em algumas capitais, incluindo Brasília. A situação, porém, não é novidade entre os indígenas. Desde que o homem branco aportou em terras brasileiras, a disputa por território com níveis elevados de violência marca a história das etnias. Dados do relatório mais recente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apontam a ocorrência de 53 conflitos ligados à terra só no ano passado em 12 unidades da Federação.
Mato Grosso do Sul, apesar de registrar apenas três casos de conflito, responde por 62% dos 51 assassinatos de indígenas no Brasil em 2011, informa o órgão vinculado à Igreja Católica (veja quadro). Os patamares elevados de violência historicamente registrados naquela região explicam a tensão em torno da atual disputa por uma área no município de Iguatemi (MS). Desde 2008, a Fundação Nacional do Índio (Funai) faz estudos para verificar se o local deve ser demarcado como terra indígena, mas uma decisão publicada em setembro pela Justiça Federal em favor dos fazendeiros esquentou o conflito que se arrasta há cerca de um ano. Não houve registro de mortes no local na última semana.