postado em 01/11/2012 13:29
Rio de Janeiro - A Secretaria Estadual do Ambiente anunciou nesta quinta-feira (1;/11) a aplicação de multa de R$ 10,5 milhões a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), por mais uma ocorrência de chuva de prata, em Santa Cruz, zona oeste do Rio, na segunda-feira (29/10). A chuva de prata é formada por partículas liberadas na produção de ferro.É a terceira vez que a empresa é autuada pelo mesmo crime ambiental. ;A minha paciência com a CSA acabou;, disse o secretário Carlos Minc ao anunciar dados da fiscalização e o valor da autuação. ;Não é a primeira vez que eles fazem esta lambança. Acenderam o segundo cartão amarelo. O próximo é suspensão;, completou o secretário, sinalizando que ;pode embargar a companhia;.
Análises feitas pela secretaria comprovaram que, por falta de umidificação, ventos associados ao tempo seco espalharam pelos ares resíduos de escória - subprotudo da produção de ferro usado em pavimentação. Isso provocou a chamada nuvem de prata, que atingiu as localidades de Alvorada e São Fernando, onde vivem cerca de quatro mil pessoas.
Os resíduos provocam o agravamento de problemas respiratórios, dermatológicos e alérgicos, explicou a presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos. ;É um pó fino que se deposita, entra na casa das pessoas, traz sujeira e as pessoas relatam problemas de pele e de respiração. É grave;, disse.
A CSA foi multada em R$ 4,6 milhões por poluir o entorno da siderúrgica com pó de prata por três vezes, por várias causas. A primeira multa foi aplicada em agosto de 2010 e a segunda, em janeiro de 2011. A companhia também foi obrigada a pagar um compensação de R$ 14 milhões. De acordo com o secretário Carlos Minc, o dinheiro de compensações é investido na construção de postos de saúde, controle de inundação e compensação de pescadores do entorno.
[SAIBAMAIS]Procurados para comentar a decisão da Secretaria Estadual do Ambiente, representantes da companhia não responderam às ligações da reportagem.