postado em 06/11/2012 19:44
Rio de Janeiro - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) marcou para o próximo dia 4 de dezembro, às 8h, o julgamento do primeiro dos acusados de envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli, ocorrida em agosto do ano passado, em Piratininga, no município de Niterói, no Grande Rio.O julgamento foi marcado pelo juiz Peterson Barroso Simão, da 3; Vara Criminal de Niterói, e o primeiro dos acusados a sentar no banco dos réus será Sérgio Costa Junior. De acordo com a decisão, Costa Júnior será julgado separadamente, pois está em uma situação jurídica diferenciada por ter o benefício da delação premiada.
Já os réus Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013, também às 8h. O julgamento de Anderson Lents ainda não tem data marcada.
O juiz decidiu desmembrar o processo em relação aos outros seis acusados, pois estão aguardando o julgamento de recursos. Entre os que entraram com recursos estão o tenente-coronel Cláudio Oliveira e o tenente Daniel Benitez. Todos os réus são acusados pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha.
Relembre o caso
A juíza Patrícia Acioli foi assassinada no dia 11 de agosto de 2011, em frente de casa, por dois policiais militares (PMs). As investigações que se sucederam ao crime levaram a policia à conclusão de que o mesmo foi cometido por onze policiais militares, dos quais cinco irão a júri popular na 3; Vara Criminal de Niterói, entre eles, Sérgio Costa Júnior, um dos executores, e que, espontaneamente, colaborou com as investigações.
Os outros seis PMs que entraram com recursos para reverter a decisão da 3; Câmara Criminal no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal serão julgados por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. As penas variam de dois a 30 anos de prisão.
Para chegar aos acusados, a Divisão de Homicídios analisou todos os sinais de celulares captados por antenas e imagens de câmeras do trajeto feito pela juíza do Fórum de São Gonçalo até sua casa.
A juíza Patrícia Acioli fazia parte de uma lista contendo os nomes de 12 pessoas marcadas para morrer e que constavam de um documento encontrado com Wanderson da Silva Tavares, o Gordinho, acusado de ser chefe de uma milícia em São Gonçalo. Nos dois anos que antecederam à sua morte, a juíza havia sido responsável pela prisão de cerca de 60 policiais, todos ligados a milícias e a grupos de extermínio.