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Carioca vai pagar mais pela cesta de compras em outubro

O valor da cesta de compras dos consumidores cariocas aumentou 1,78% em outubro, totalizando R$ 484,45, contra R$ 475,96 no mês anterior. Os dados constam da pesquisa Cesta de Compras da Cidade do Rio de Janeiro, divulgada hoje (13) pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ).

No acumulado do ano, o custo da cesta mostra elevação de 11,6%. O resultado supera em 1,24% a taxa apurada nos dez primeiros meses de 2011. Também nos 12 meses findos em outubro, o aumento da cesta atingiu 11,57%.

;É uma alta bastante significativa, puxada pelos itens de alimentação;, dissel o economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ. Lembrou que houve um avanço significativo também nos grupos artigos de limpeza e higiene pessoal. ;Só os artigos de higiene e cuidados pessoais avançaram 11,8% no ano e 12,8% em 12 meses. Então, essas compras do dia a dia das famílias, que envolvem alimentação, higiene e artigos de limpeza, estão mais caras no Rio de Janeiro do que no ano passado. O consumidor está sentindo isso na ponta;, declarou.

Segundo o economista, vários fatores contribuíram para a elevação do custo da cesta de compras na capital fluminense. Um dos principais foi a batata, cujo preço ;mais que dobrou; em 12 meses e no ano. Em setembro, ela já havia subido 16,94% e seguiu em alta em outubro, embora em ritmo mais moderado (10,47%).

Christian Travassos explicou que o aumento é explicado por questões climáticas. Esses alimentos vêm sofrendo os efeitos do clima de forma distinta. ;Não apenas pela questão sazonal, porque já era previsível que eles tivessem menor produção entre o inverno e a primavera. Mas, nesse período de 2012, as chuvas foram mais escassas do que o normal, o que agravou essa menor quantidade de produtos;.



Já para a cenoura e o tomate, por exemplo, Travassos assegurou que ;o pior já passou;. Esses foram os itens, na área de alimentação, que apresentaram as maiores reduções em outubro (22,43% e 16,66%, respectivamente).

A expectativa é que haja uma reversão nesse quadro de falta de produtos, no verão, devido ao aumento do índice de chuvas. O economista da Fecomércio-RJ esclareceu que nos principais insumos para os alimentos, entre os quais o frete, milho e as rações, os impactos já foram absorvidos. ;Então, não vai haver uma pressão oriunda de ração e frete para os próximos meses. Isso já aconteceu;.

Ao mesmo tempo, a tendência é maior incidência de chuvas, o que contribuirá para a irrigação do solo, eliminando a necessidade de irrigações artificiais. ;Isso também significa uma descompressão dos custos;.

Todos esses fatores levam o economista a estimar que não haverá mais pressões tão fortes como sucedeu ao longo do ano, o que fará com que o preço da cesta fique mais estável. ;A tendência é que o preço acumulado ceda nos próximos meses;.

O reajuste da cesta de compras foi maior (1,87%), em outubro, para as famílias que recebem até oito salários mínimos por mês, mostrou a pesquisa. Para as famílias com rendimento acima de oito mínimos, o aumento alcançou 1,72%.

A pesquisa Cesta de Compras da Cidade do Rio de Janeiro reflete as variações de 6.680 preços relativos a 39 itens, sendo 32 de alimentação, quatro de higiene e três de limpeza, consumidos por famílias de dez faixas de renda.