Estado de Minas
postado em 19/11/2012 19:49
Depois de confirmar à juíza Marixa Rodrigues todos os depoimentos que concedeu na fase de inquérito policial e de instrução processual, Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista de Bruno, começou a ser interrogado pelo promotor Henry de Castro. Foi aí que ele se contradisse pela primeira vez. Embora tenha confirmado o teor dos depoimentos anteriores à magistrada, Cleiton negou ao promotor que tivesse aconselhado Bruno a não matar Eliza. Ao afirmar que não disse isso, a juíza Marixa o interrompeu, lembrando a ele que pouco antes ele tinha admitido o depoimento. O clima esquentou quando o promotor o inquiriu de forma mais enérgica. Cleiton se justificou dizendo que confirmou ter prestado os depoimentos e afirmou não se lembrar do que disse há dois anos. Ele ressaltou ainda que falou sob pressão da polícia.A primeira pergunta feita pelo representante do Ministério Público foi se Bruno chegou ao jogo do time "100%", em Ribeirão das Neves, em 6 de junho de 2010, acompanhado por alguma mulher. "Não me lembro, senhor", respondeu. Em seguida, o promotor perguntou com quem o Macarrão viajou em 10 de junho de 2010 para o Rio de Janeiro. "Não vi com quem ele viajou, senhor", afirmou.
Depois Castro pediu para a testemunha olhar para os bancos dos réus. "Aquela senhora loira, quando o senhor a conheceu?", questionou. Ele se referia à Fernanda, que à época era amante do goleiro. Cleiton afirmou que só a conheceu em 10 de junho, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O promotor pegou então o processo e exibiu algumas fotos à testemunha, que registraram a viagem e pediu para que Cleiton apontasse quem era Jorge, primo de Bruno, à época adolescente.
Daí em diante as perguntas do promotor giraram em torno de detalhes sobre os dias posteriores à data em que, segundo a acusação, Eliza foi morta. Entre as perguntas, o promotor quis saber sobre a ida do time "100%" para Angra dos Reis e lembrou que Cleiton afirmou, em depoimento à polícia, que antes de entrar no ônibus com destino ao litoral fluminense, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, lhe disse "Eliza já era". Cleiton desconversou ao ser questionado sobre o que entendeu sobre tal declaração. "Eu não pensei em nada não".