Estado de Minas
postado em 23/11/2012 18:59
O promotor Henry Vasconcelos de Castro iniciou sua réplica, às 17h30, esclarecendo aos jurados que não poderia haver processo judicial de pronúncia dos réus se a materialidade do crime não estivesse devidamente provada e se não houvesse ao menos indícios de envolvimento dos acusados. Dito isso, voltou a declarar que "o corpo de Eliza Silva Samudio jamais será encontrado, porque ele foi destruído". Para reforçar sua tese, já declarada durante a fase inicial do debate, e para rebater as falas dos defensores de Macarrão e Fernanda, o representante do Ministério Público voltou a valer-se dos depoimentos prestados por Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, que também respondia ao processo, mas foi assassinado em agosto passado. Antes disso, ele analisou a confissão feita na madrugada anterior pelo amigo de infância do goleiro Bruno.
Segundo o promotor, Macarrão apresentou a confissão parcial "não porque ele é bonzinho, ou em um ato de generosidade". Henry explicou aos jurados que a confissão é um instrumento legal, que favorece a redução de pena. "Justamenre porque a prova é firme, e não haveria seriamente como negá-la, Macarrão acordou com sua defesa confessar. Confessar a seu modo, deixo claro", afirmou, ressaltando que o réu buscou amenizar sua participação no crime e garantindo que ele é um dos co-articuladores do sequestro e morte de Eliza."A confissão de Macarrão foi inteligentemente planejada", completou.
Diante disso, o promotor afirmou aos réus que "a absolvição de Fernanda é uma injustiça". Para justificar tal afirmativa, Henry, novamente, citou as ligações telefônicas entre Fernanda, Macarrão e Jorge, primo de Bruno então adolescente, na noite de 4 de junho de 2010, quando a ex-modelo foi sequestrada no Rio de Janeiro. Ele disse ainda que Fernanda já namorava "há meses" com Bruno e sabia que ele ainda mantinha relações afetivas com a ex-mulher, Dayanne Rodrigues, e da situação com Eliza Samudio.
Atendo-se aos depoimentos de Sérgio prestados à polícia, o promotor enfatizou mais uma vez que o primo do jogador só voltou atrás no depoimento por pressão de advogados aos quais chamou de "inescrupulosos enviados até ele como mensageiros", disse. Henry relembrou trechos dos primeiros testemunhos prestados pelo primo de Bruno à autoridade policial, já citados anteriormente, em que ele narrou o período de cárcere de Eliza no sítio do goleiro em Esmeraldas.
O promotor insistiu que Macarrão ajudou Bruno a articular o plano para dar fim à vida da mulher que exigia do atleta reconhecimento da paternidade do filho e consequente pagamento de pensão alimentícia, sob ameaça de manchar a imagem do atleta. Henry enfatizou ainda que Fernanda sabia, desde o momento que foi requisitada por Macarrão a comparecer na casa do goleiro no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, que a modelo estava sendo sequestrada.