postado em 25/11/2012 14:45
No século 19, o fotógrafo Revert Henry Klumb já usava técnicas para simular imagens tridimensionais. Essa, no entanto, é apenas uma curiosidade a respeito do alemão que, a partir de 1850, documentou o cotidiano do Rio de Janeiro e chegou a ser fotógrafo da Casa Imperial do Brasil. Nessa época, deu aulas de fotografia para a Princesa Isabel.As imagens produzidas por Klumb poderão ser vistas pelo público a partir de amanhã (24) na Caixa Cultural, na Praça da Sé, centro da capital paulista. São mais de 60 peças dos acervos do Museu Imperial de Petrópolis e da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
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;A exposição tem um panorama da produção fotográfica de Klumb, tendo como eixos essas duas cidades: o Rio de Janeiro e Petrópolis;, explica o curador da mostra, Carlos Eduardo França de Oliveira. Nos dois municípios, o fotógrafo retratou o cenário urbano, os edifícios públicos e as residências. ;Mas, sempre com o cuidado de mostrar o cotidiano da cidade, ou seja, não é uma fotografia oficialesca;.
A diferença essencial entre a produção nas duas cidades é que, ao chegar em Petrópolis, Klumb tornou-se fotógrafo oficial da família real. Então, parte do seu acervo diz respeito a esse cargo. Além disso, à época, Petrópolis era uma cidade recém-criada. ;Ele mostra uma cidade que ainda estava nascendo. É uma cidade em construção;, ressalta o curador.
Sobre esse período, Oliveira aponta como destaque uma fotografia com vista geral do Palácio Imperial de Petrópolis. ; Dá para ter uma dimensão de como era Petrópolis no século 19. É um dos poucos registros da cidade nesse período;, diz sobre a imagem.
Em uma foto do passeio público do Rio de Janeiro, Klumb focou em um menino que caminhava. Imagem, que na opinião do curador, retrata fielmente o cotidiano da época. ;É uma fotografia que mostra o espaço público carioca, mas também as pessoas que transitavam nesse espaço;, diz.
O alemão foi ainda um dos introdutores da estereoscopia no Brasil. A técnica consiste em fotografar com duas câmeras ao mesmo tempo. As imagens, quase idênticas, são depois vistas em um estereoscópio. O aparelho, semelhante a um binóculo, faz com que o pequeno deslocamento que há entre as imagens crie um efeito tridimensional.