postado em 26/11/2012 17:25
Brasília - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o governo federal vão elaborar diagnóstico das ações realizadas por estados e municípios durante desastres naturais e situações de emergência. O objetivo é conhecer as condições de atendimento oferecido pelos órgãos públicos às crianças e aos adolescentes em episódios desse tipo.Para levantar os dados, as defesas civis dos 26 estados, do Distrito Federal e dos municípios devem preencher, até 21 de dezembro, a pesquisa Desastres e Infância, disponível no site www.nuteds.ufc.br/unicef. O convite para participar da pesquisa foi enviado por e-mail e nele estão o login e a senha para acesso aos questionários.
De acordo com a especialista em programas do Unicef, Francisca Maria Andrade, a iniciativa, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Integração Nacional, é inédita.
;A ideia é saber se essas crianças são priorizadas no atendimento, se ficam junto com a família quando vão para um abrigo temporário, se há proteção para que não sofram nenhum abuso sexual ou negligência;, explicou.
A representante do Unicef disse que os resultados, que devem ser divulgados no início do ano que vem, servirão para avaliar o cumprimento do Protocolo Nacional para a Proteção Integral de Crianças e Adolescentes, lançado em julho pelo governo federal. O documento prevê prioridade a crianças e adolescentes no planejamento de ações de proteção humana.
De acordo com o texto, ;tais grupos etários são especialmente vulneráveis em situações de riscos e desastres, não apenas pelas consequências imediatas (riscos de morte, maior exposição a doença e violência), mas também em longo prazo, com relação ao seu desenvolvimento futuro (atraso escolar, sofrimento psíquico, reabilitação motora, entre outros).;
Francisca Maria Andrade enfatizou que a pesquisa também servirá como referência para a elaboração de propostas de redução de risco de desastres e para sensibilizar os representantes dos órgãos públicos em relação a alguns cuidados que podem não estar incluídos no planejamento de suas ações.
;À medida que respondem, também vão compreendendo algumas questões importantes que poderiam não fazer parte de sua rotina, como destino do lixo [nos abrigos temporários] e apoio a uma mãe que está amamentando. O fato de ter vivido um trauma ou ter perdido tudo não quer dizer que essa mulher não precisa ser apoiada para amamentar. Pelo contrário, o leite materno, nestas condições, é ainda mais importante para a criança;, ressaltou.
Ela acrescentou que o Unicef vai contribuir com o governo brasileiro na avaliação das condições e no desenvolvimento de propostas com base na experiência de seis décadas de atuação da agência em emergências como a do terremoto no Haiti, em 2010; do tsunami no Sudeste Asiático, em 2004; e da seca no Chifre da África, em 2011.