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Moradores entram em confronto com a PM após morte de jovem em BH

Estado de Minas
postado em 26/11/2012 20:12
Leandro Couri/EM/D.A.Press

Moradores do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, voltaram a enfrentar a Polícia Militar (PM) após mais um assassinato no local. Os militares foram responsabilizados pela morte de um jovem de 24 anos na tarde desta segunda-feira. Um ônibus foi incendiado e um cinegrafista acabou atingido por um tiro de bala de borracha.

A versão da Polícia Militar sobre o caso é diferente. Segundo a corporação, desde a manhã desta segunda-feira os militares receberam uma denúncia via o 181 dizendo que homens armados estariam andando pela Avenida Mangabeira da Serra com Rua da Água. Uma viatura passou pelo local durante a tarde e deparou com os suspeitos. Houve troca de tiros e o jovem foi atingido na cabeça.



Já os moradores afirmam que os militares invadiram o aglomerado atirando, à procura de homens que haviam praticado uma saidinha de banco no Bairro Santa Efigênia e fugido para a região. A versão não foi confirmada pela corporação.


Algumas pessoas informaram que os policiais entraram atirando e acertaram Helenilson Eustáquio da Silva Souza, que morreu na hora. ;Mataram covardemente um rapaz que nunca foi preso. Ele não estava armado e chegou a colocar a mão na cabeça antes de ser morto;, disse um morador.

A família do jovem informou que ele trabalhou o dia inteiro como auxiliar de pedreiro. No fim da tarde, voltou para casa para tomar um banho e depois saiu para a rua. Segundo parentes, Souza era uma pessoa trabalhadora que não tinha nenhum envolvimento com o crime.

A população ficou revoltada. Algumas pessoas atearam fogo em um ônibus e atacaram a PM. A Rua da Água, que dá acesso ao beco onde aconteceu o homicídio, foi fechada. Durante o cerco, moradores jogaram pedras e rojões contra os militares, que revidaram com tiros de borracha. Um cinegrafista da Rede Bandeirantes acabou atingido na perna por um dos disparos.

A situação no local continua tensa. A cada abordagem dos policiais, os moradores gritam palavras de ordem e partem para cima dos militares. Os moradores prometem fazer novos ataques durante a noite.

Conflito antigo


Em fevereiro do ano passado, o Aglomerado da Serra também foi palco de conflitos entre a população e a PM. Dois homens - Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e seu tio e enfermeiro, Renilson Veriano da Silva, de 39 - foram assassinados por militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). Dois policiais - Jonas David Rosa e Jason Ferreira Paschoalinho - vão a júri popular pelo duplo assassinato.

Na ocasião, os moradores também queimaram ônibus e entraram em confronto com os policiais. Isso porque, após o crime, os militares envolvidos na ocorrência mudaram a versões dos fatos e criaram uma nova situação para justificar o duplo homicídio. Porém, durante as investigações, ficou provado que as vítimas foram assassinadas à queima roupa por tiro de fuzil.

Após os assassinatos, os moradores afirmam que foi feito um acordo para que a Rotam não entrasse mais ao Aglomerado. Mas, nesta segunda-feira, os policiais do grupamento estavam presentes no local, o que também casou revolta.

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