Centenas de índios de praticamente todas as comunidades guarani kaiowá e guarani nhandeva de Mato Grosso do Sul estão desde a última quarta-feira (28) reunidos em Douradina, a cerca de 50 quilômetros de Dourados (MS), onde ocorre o Aty Guassu, tradicional assembleia que reúne lideranças indígenas, anciãos, rezadores e demais membros da etnia guarani.
O encontro, que conta hoje (1;) com a presença de representantes do governo federal, parlamentares sul-mato-grossenses e do Ministério Público Federal, é realizada na aldeia indígena Lagoa Rica-Panambi, área já reconhecida como território tradicional indígena e onde atualmente vivem cerca de 180 famílias.
Entre os representantes do governo federal presentes à assembleia indígena estão a presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo, e o secretário nacional de Articulação Social da Presidência da República, Paulo Maldos.
Ao longo dos quatro dias do encontro, os índios discutiram os principais problemas que afetam os guaranis kaiowás, como o direito à terra e a violência e discriminação a que estão submetidos em função do conflito fundiário com produtores rurais. Além disso, os índios também criticam a precariedade na prestação de serviços básicos, como saúde e educação.
Um documento com as reivindicações e propostas indígenas será entregue às autoridades, com a expectativa de que sejam atendidas pelos governos federal e estadual. "Não queremos invadir terras de fazendeiros. Queremos nossa terra. Muito sangue dos nossos parentes já foi derramado", declarou à Agência Brasil e à TV Brasil Alda Silva, esposa do cacique da aldeia Jaguapiru, localizada em Dourados.