Helena Mader
postado em 09/12/2012 08:09
Para visitar algumas das praias mais bonitas e paradisíacas do país, os brasileiros agora precisam pagar ingresso. O governo concedeu à iniciativa privada a área do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A ilha é uma das mais importantes unidades de conservação do território e destino de férias entre os mais desejados do Brasil. Desde o fim de setembro, a empresa ganhadora da licitação administra a maioria das praias da ilha e controla o acesso a certos trechos da orla com catracas. A concessionária promete investir R$ 10 milhões na área e já realizou obras de melhorias, transformando as trilhas em locais acessíveis até a pessoas com necessidades especiais. Mas as mudanças que chegaram junto a privatização causaram grande polêmica, especialmente entre os moradores. Eles resistem duramente aos controles de acesso e temem que a licitação prejudique os interesses econômicos dos pequenos empresários. O impacto das guaritas na paisagem também é uma inquietação. Em uma das praias, a do Sueste, a pressão foi tão grande que a Econoronha teve de demolir e refazer a estrutura de acesso porque a obra bloqueava a visibilidade do mar.
A concessão de parques à iniciativa privada é uma estratégia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela administração das unidades de conservação ambiental do país. A Econoronha, ganhadora da licitação para gerir o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, é uma filial da empresa Cataratas do Iguaçu S.A., há 12 anos responsável pela administração do parque homônimo no sul do país. Em 2010, o governo abriu a concorrência pública para entregar a área de Noronha à iniciativa privada mas, só agora, a empresa ganhadora começou a operar e cobrar ingresso. Os turistas brasileiros pagam R$ 65 por um bilhete com validade de 10 dias e os estrangeiros, R$ 130.