Brasil

Rio sedia mais uma campanha do pacto pela redução de acidentes de trânsito

postado em 09/12/2012 14:57
Rio de Janeiro - O Ministério das Cidades promoveu neste domingo (9/12), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, mais uma ação da campanha permanente do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada ; Um Pacto pela Vida), lançado em setembro passado pela presidenta Dilma Rousseff, para cumprir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir o número de acidentes com óbitos em 50%, entre 2011 e 2020. As duas primeiras ações ocorreram em São Paulo. A próxima está programada para o dia 16 deste mês, também no Rio.

O chefe de Publicidade do Ministério das Cidades, Antonio Augusto Brentano, lembrou, em entrevista à Agência Brasil, que o país ocupa a terceira posição no ranking mundial de acidentes de trânsito com mortes. ;Mas a gente tem trabalhado para reduzir isso;, acrescentou. ;O governo tem feito campanhas, especificamente em feriados, quando há um grande aumento do número de acidentes, em especial com óbitos;. Levantamento efetuado pela Polícia Rodoviária Federal desde 2011 indica que esse esforço concentrado do governo tem conseguido diminuir entre 20% e 40% o total de acidentes nos feriados, informou Brentano.

Desde que foi lançado o pacto nacional, a meta do governo é promover campanhas e ações continuadas, não só nos períodos mais críticos, mas durante todo o ano, para diminuir o número de mortes no trânsito. De acordo com o Ministério da Saúde, com base em notificações de acidentes e de óbitos em hospitais, o Brasil apresentou uma média de 42 mil mortes no trânsito em 2010. No ano passado, os dados apontam a ocorrência de 41 mil.

As ações relacionadas ao Parada ; Um Pacto pela Vida envolvem testes de habilidades ao volante no protótipo do Simulador de Direção Veicular, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cujo uso será obrigatório nas autoescolas a partir de julho de 2013 para a formação de motoristas na categoria B. A decisão é do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).


As autoescolas terão até junho do próximo ano para se adequar às normas estabelecidas para o uso do equipamento. Antes de começarem a fazer as 20 aulas práticas nas ruas, os candidatos à primeira habilitação terão de cumprir cinco horas no simulador. O objetivo é que os novos condutores dirijam com mais segurança no trânsito. ;A gente está usando o simulador para orientar as pessoas e também para conversar sobre a conscientização no trânsito visando à redução de acidentes;, acrescentou Brentano. O ministério pretende lançar uma campanha publicitária na mídia nacional, a partir do dia 17 de dezembro, sobre o tema. ;O principal objetivo é reduzir o número de mortes;, reiterou.

O estudo da UFSC constatou que 50% das pessoas que passaram pelo simulador se envolveram em menos acidentes nos dois anos seguintes ao da habilitação. A coordenadora de Educação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades, Cristina Hoffmann, disse à Agência Brasil que o simulador foi adotado visando a oferecer uma melhor formação ao condutor, para que ele se torne mais consciente do seu papel de motorista nas vias e estradas e, também, para que ele possa testar mais as suas habilidades.

;Muitas vezes, quando vai para a rua na primeira aula prática, ele está ansioso, está tenso. Com o uso do simulador, ele acaba pulando essas etapas, porque está tendo uma noção do espaço dele na via e isso tudo vai favorecer a aprendizagem na rua depois;, destacou Cristina. A coordenadora avaliou que, fazendo as cinco horas prévias no simulador, ;as 20 horas [de aulas] práticas serão mais bem aproveitadas;. No simulador, o condutor enfrenta situações adversas, como chuva forte e neblina, o pode não acontecer durante o treinamento nas ruas.

Pessoas que tiveram a oportunidade de testar hoje o simulador aprovaram a novidade. Mesmo tendo carteira de habilitação, Gleidson Amaral, gerente comercial, pôde verificar que precisa de mais atenção no trânsito. Ele cometeu dois erros na direção por excesso de velocidade. ;O simulador é muito legal, porque chama a atenção. Você tem que ter atenção mesmo. É o que precisa no trânsito hoje. As pessoas não estão tendo atenção e isso é preciso para poder completar o percurso sem erro.;

Ahmes Ferraz Severino Júnior é porteiro e também aprovou o simulador. ;É uma boa ideia. Isso vai ser muito bom para quem está tirando carteira, porque vai simular como se ele já estivesse dirigindo. Vai ter uma noção dos obstáculos, vai tirar o medo de dirigir, vai ter limites. Gostei da ideia.;

O simulador tem custo equivalente ao de um carro popular, segundo Cristina Hoffmann. Esse custo poderá, porém, ser compartilhado por várias escolas, bem como o uso do equipamento. Ela destacou ainda que o simulador apresenta outra vantagem, que é não emitir dióxido de carbônico (CO;) na atmosfera.

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